Esta pesquisa, em processo de realização, trata das experiências, potencialidades e criações de professoras no modo de pensar e educar em direitos humanos de crianças e adolescentes da educação básica, destacando seus saberes experienciais na vida escolar. Parte dos problemas que mobilizam as professoras na prática de educar outros modos de pensar e criar a educação em direitos humanos frente às experiências de formação docente e de vivência com crianças e adolescentes, revelando as potencialidades dos saberes experienciais que essas professoras carregam. Assim, o objetivo é analisar as experiências docentes, seus modos de pensar e de educar em direitos humanos crianças e adolescentes, potencializando as dimensões criadoras de professoras no desenvolvimento de dispositivos de intervenção pedagógica na vida escolar da educação básica. Especificamente, Identificar os problemas que mobilizam as professoras na sua prática de educar em direitos humanos crianças e adolescentes; Perceber outros modos de pensar de professoras sobre educar em direitos humanos frente as suas experiências de formação e de vivencias com crianças e adolescentes na vida escolar; Desenvolver dispositivos de intervenção pedagógica com as professoras com a finalidade de potencializar os saberes, as experiências e suas criações nos modos de educar a partir dos problemas que envolvem a educação em direitos humanos com crianças e adolescentes da educação básica. Trata-se de uma abordagem qualitativa de pesquisa, do tipo de pesquisa-intervenção, destacando nas duas etapas da pesquisa, os métodos: a Cartografia para a demarcação do território de pesquisa e dos copesquisadores que participam do grupo-pesquisador da pesquisa; a Sociopoética, utilizado para as práticas de criação de confetos e problemas sobre educar em Direitos Humanos e de dispositivos de intervenção pedagógica na vida escolar da educação básica sobre o tema-gerador, em questão. A tese estrutura-se em quatro partes: a primeira, denominada de “Mapas” trata-se de uma cartografia dos afetos das implicações da pesquisadora nas práticas de educação em direitos humanos, mapeando duas experiências de coordenação de projetos de educação em direitos humanos, a saber: a primeira numa parceria entre a Associação Maurizio Vanini, Caxias- MA, e a Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República entre 2006-2007 teve como foco capacitar lideranças e educadores sociais; a segunda o projeto de extensão “Formação Docente em Direitos Humanos na área da Infância e Juventude”, pela Universidade Federal do Piauí (UFPI) em parceria com a Associação Daniel Comboni, a partir de 2010. Na segunda parte, intitulada “Poiesis” situa o território de pesquisa, Comunidade Escolar “Mãos Dadas” da Associação Daniel Comboni, no Parque Alvorada, em Timon-MA. Destacam-se as razões de escolha do território; descrição da Oficina de negociação, formação do grupo co-pesquisador e do heterônimo filosófico do grupo, identificado como “Cidadão Persi”. As oficinas de produção de dados, com o tema-gerador “Educar em Direitos Humanos na relação com a vida de crianças e adolescentes”, teve como técnica artística a “Capulana: O tecido que fala”, inspiração na cultura africana e no Estandarte do artista Arthur Bispo do Rosário. Em seguida, é feita a classificação, cruzamento das categorias e o momento da contra-análise, onde o grupo co-pesquisador analisa seu próprio pensamento resultante da produção de dados, por meio de produção do estudo transversal. A terceira parte, “Palavras”, refere-se à problematização em torno das invenções discursivas sobre direitos humanos e crianças e adolescentes como sujeitos de direitos. Possibilitando-se outros modos de pensar a educação em direitos humanos e a potencialidade dos saberes da experiência no processo de formação docente no cotidiano da vida escolar. A quarta parte, ainda em processo de construção, denomina-se “Rizomas”, momento que se analisa o resultado da contra-análise, transversalizando o pensamento do grupo pesquisador com os fundamentos filosóficos, educacionais e legais que alicerçam a educação em direitos humanos. Os principais teóricos que orientaram esta produção são Foucault (1992, 1984, 2003, 2011, 2013, 2014); Deleuze e Guatarri (1985; 1995; 2010 e 2013); Arendt (1989; 2001); Agamben (2010); Certeau (1999); Gauthier (2012); Larrosa Bondia (2010; 2011); Panikkar (2004); Corazza (2004) dentre outros que se orientam por essa vertente.