AFRORRESILENTES: a resiliência de mulheres afrodescendentes de sucesso educacional.
RESUMO
A crescente presença de mulheres afrodescendentes como membros da classe média brasileira incentiva estudos para saber mais dessas mulheres que parecem superar barreiras de tipos diversos. Desse modo, esta pesquisa foi desenvolvida sobre a resiliência e a afrodescendência, fundamentada nos estudos realizados por Nadal (2007) e Carvalho (2008), também estava subsidiada pelos trabalhos sobre resiliência produzidos por Yunes e Szymanski (2001), Yunes (2003), Barlach (2005), Melillo e Ojeda (2005), Barbosa (2006, 2010a, 2010b, 2010c), Coimbra (2008). E para embasar as questões raciais, educacionais e de gênero, coadunava com Fernandes (1978), Giacomini (1988), Moura (1988), Valente (1994), Cunha Junior (1996), Gomes (2000, 2001), Carone (2003), Carvalho (2004), Santos e Maio (2004), Carneiro (2006), Lopes (2007), e Risério (2007), Schumacher (2007), Fanon (2008), Bento (2009) e Boakari (1994, 1999, 2003, 2007, 2008, 2010, 20011, 2012). O estudo tinha como objetivo geral investigar os modelos de resiliência em um grupo de mulheres afrodescendentes. Os objetivos específicos foram: descrever o perfil do grupo de mulheres afrodescendentes participantes da pesquisa; entender a resiliência, seus modelos e suas características; identificar os modelos de resiliência apresentados por esse grupo de acordo com o instrumento Quest_Resiliência, uma ferramenta desenvolvida em 2006 e validada em 2009, que permite mapear comportamentos resilientes (BARBOSA, 2010b). Responderam ao instrumento um grupo de 60 mulheres que se autodeclararam afrodescendentes, com curso superior e em atividade profissional na cidade de Teresina-PI. A abordagem metodológica foi de cunho quantitativo e de natureza exploratória e descritiva. Os dados acessados e analisados propiciaram mapear, no grupo das mulheres participantes do estudo, oito características constitutivas da resiliência, sendo elas: autocontrole; autoconfiança; leitura corporal; análise do contexto; otimismo para com a vida; empatia; conquistar e manter pessoas; e sentido de vida. O estudo, além de fornecer subsídios para melhor problematizar a temática em questão, também ajudou a sugerir algumas prospectivas para futuros estudos sobre educação, gênero e afrodescendência.
Palavras-chave: Educação. Resiliência. Mulheres brasileiras afrodescendentes.
Educação - resiliência - mulheres afrodescendentes.
Esta pesquisa está vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Piauí, na linha de pesquisa Educação, Movimentos Sociais e Políticas Públicas. A pesquisa está fundamentada nos estudos realizados sobre resiliência e afrodescendência de Nadal (2007) e Carvalho (2008). Também está subsidiado nos trabalhos sobre resiliência produzidas por Yunes e Szymanski (2001), Yunes (2003), Barlach (2005), Melillo e Ojeda (2005), Barbosa (2006, 2010, 2011, 2012), Coimbra (2008). E para fundamentar as questões de gênero, raciais e educacionais, coaduna com Fernandes (1978), Giacomini (1988), Moura (1988), Valente (1994), Cunha Junior (1996), Gomes (2000, 2001), Carone (2003), Carvalho (2004), Santos e Maio (2004), Carneiro (2006), Lopes (2007), e Risério (2007), Schumacher (2007), Fanon (2008), Bento (2009) e Boakari (2010). Tem como objetivo geral investigar os modelos de resiliência em um grupo de mulheres afrodescendentes, bem como as prospectivas para estudos futuros sobre resiliência em mulheres afrodescendentes e educação, tendo como objetivos específicos: descrever o perfil do grupo de mulheres afrodescendentes participantes da pesquisa; entender a resiliência, seus modelos e suas características; identificar os modelos de resiliência apresentados por esse grupo de acordo com o instrumento Quest_Resiliência. A abordagem metodológica é de cunho exploratório e descritivo, está ancorada na pesquisa quantitativa, a partir da escala de resiliência Quest_Resiliência, que é uma ferramenta, desenvolvida em 2006 e validada em 2009, que permite mapear comportamentos resilientes. Realiza o mapeamento dos modelos de crenças em oito habilidades comportamentais, aplicada em 60 mulheres que se autodeclararam afrodescendentes, com curso superior e em atividade profissional, em Teresina-PI. O questionário utilizado propiciou mapear oito características constitutivas da resiliência, sendo elas: autocontrole; autoconfiança; leitura corporal; análise do contexto; otimismo para a vida; empatia; conquistar e manter pessoas; e sentido de vida. Os dados coletados além de caracterizar a resiliência em um grupo de mulheres afrodescendentes com curso superior também aferem algumas prospectivas para futuros estudos sobre educação, gênero e afrodescendência.