Este trabalho discute a construção identitária do bacharel que exerce a docência no ensino superior. Parte da tese de que é no ambiente da prática docente, em meio aos processos de interações da profissão, que o bacharel que exerce a docência no ensino superior constrói suas configurações identitárias docentes. A questão norteadora desse estudo consiste em saber como as interações no ambiente da prática docente contribuem para que o bacharel, que exerce a docência no ensino superior, construa suas configurações identitárias docentes? A pesquisa exploratória de cunho qualitativa realizada no ano de 2015 e 2016 na cidade de Teresina – PI, teve como partícipes três professores de uma instituição de ensino superior privada, que iniciaram a docência no mesmo ano em que a instituição, lócus da pesquisa, iniciou suas atividades. O referencial teórico utilizado pauta-se numa abordagem fenomenológica, que busca compreender, de forma intencional, o mundo vivido em que os professores descrevem suas vivências, experiências de tornar-se professor ao longo da carreira docente. Essa pesquisa possibilitou entender o “ser professor” a partir da descrição do ato de ser e de viver nas múltiplas relações estabelecidas pelos indivíduos ao longo da vida. O estudo está fundamentado nas discussões de Berger e Luckman (1976), Bicudo (2011), Dubar (1995), Freire (2010), Giroux (1997, 2003), Kauffman (2004), Morin (1973, 2003), Morais (2011), Schütze (2010, 2013, 2014), dentre outros. O método de pesquisa foi o (auto)biográfico, a partir das contribuições de Connely e Clandinin (2011), Josso (2002), Nóvoa (2010), Sousa (2006a, 2006b). Para ter acesso às informações, foi utilizado a técnica da entrevista narrativa fundamentada em Schütze (2010, 2013) e Jovchelovitch e Bauer (2015). A análise dos dados foi realizada a partir dos preceitos apresentados por Schütze (2014), no intuito de desvelar o objeto de estudo e construir a elaboração teórica da pesquisa. O estudo ressalta que os professores constroem suas identidades profissionais docentes nos processos interacionais sociais pessoal e profissional ao longo da vida e que em momentos de crise adaptam-se às situações vividas ou mesmo em processos criativos se auto organizam em busca de novas formas de construírem-se professores.