Nesse estudo, aborda-se a educação em saúde na prevenção ao uso de drogas na escola, a formação e prática pedagógica dos profissionais envolvidos nesse processo. “Como a formação de professores em espaços colaborativos, sobre a prevenção ao uso de drogas, ganha centralidade nas ações escolares e contribui para transformação da prática pedagógica? ” é a questão direcionadora deste estudo que problematiza os diferentes pressupostos sobre a problemática do consumo de drogas, trazendo a discussão para o âmbito educacional. Definiu-se como objetivo geral, analisar a influência da formação continuada na prática pedagógica do professor de Educação de Jovens e Adultos (EJA) com vistas à prevenção ao uso de drogas no espaço escolar e especificamente: identificar as necessidades formativas quanto ao uso de drogas no espaço escolar; descrever os fatores de risco e proteção relacionados ao uso de drogas no contexto escolar; reconhecer na formação continuada a centralidade das ações de prevenção ao uso de drogas frente às demandas sociais e escolares, e compreender as estratégias de prevenção ao uso de drogas no contexto escolar na perspectiva de reconstrução da prática. Teoricamente, apoia-se em: Brasil (2004, 2006, 2007, 2008, 2009, 2014), Falkenberg (2014), Aquilante (2008), Santos (2004), Pillon (2009), Sodelli (2010), Figueredo e Freitas (2013), Laranjeira (2004, 2011), que discutem drogas no contexto da educação em saúde e prevenção na escola. Fonseca (2006), Sodelli (2007, 2010), Saviani (2009), Nóvoa (2013), Moura (2007,2012,2015), estudiosos da EJA, formação e prática pedagógica. No campo metodológico, optou-se pela Pesquisa-ação colaborativa, com abordagem quantitativa/qualitativa, segundo as contribuições de Thiollent (2009, 2011), Simão et.al (2009) e Desgagné (1994, 2007), utilizando-se como estratégias de formação o Arco de Maguerez, apoiados na Metodologia da Problematização (Berbel,1996; 2012) (Bodernave e Pereira, 1989), tendo como lócus de investigação uma escola da rede pública municipal de Parnaíba-PI, centro de referência em EJA. Participaram do estudo 24 professores, destes, 03 gestores, e amostra de 243 jovens e adultos estudantes regularmente matriculados nos anos finais do ensino fundamental. Realizou-se estatística simples, descritiva com uso do IBM® SPSS®, versão 21.0 para tabulação e desenvolvimento de gráficos e tabelas. Na parte qualitativa, foi realizada entrevista com 06 estudantes, 03 gestores e 09 professores. Para interpretação dos dados produzidos seguimos a linha de pensamento da Análise do Discurso, apoiados nas contribuições de Orlandi (2012), Maingueneau (1997, 2015), Pêcheux (2009), na perspectiva Foucaultiana (1969, 2001, 2012, 2014), tendo em Bardin (2011) a base para organização dos dados. Os resultados quantitativos acerca dos estudantes mostram que a média de idade é de 19,6 anos, predominando o sexo masculino 130 (53,5%). Em relação à situação de drogas na escola, 67,9% dos estudantes já vivenciaram. As dimensões expressas pelos estudantes como maior representante dos fatores de risco e proteção foram a comunidade e identidade. Ao contrário, as dimensões expressas pelos professores como maior representante dos fatores de risco e proteção foram identidade e a comunidade, respectivamente. Frente os resultados parciais, percebe-se a necessidade de uma formação contínua que possibilite os professores desenvolverem em sua prática pedagógica a prevenção ao uso de drogas na escola.