Esta pesquisa trata das experiências e criações de professoras no modo de pensar e educar em direitos humanos, a partir dos problemas que as mobilizam em meio à vida de crianças e adolescentes e das potencialidades dos saberes experienciais que carregam na escola. Assim, o objetivo é analisar as experiências docentes, seus modos de pensar e de educar em direitos humanos crianças e adolescentes, potencializando as dimensões criadoras de professoras na vida escolar da educação básica. Especificamente, Identificar os problemas que mobilizam as professoras na experiência de educar em direitos humanos crianças e adolescentes; identificar a potencialidade dos saberes da experiência das professoras no educar em direitos humanos crianças e adolescentes; Perceber outros modos de pensar de professoras sobre educar em direitos humanos frente as suas experiências de formação e de vivências com crianças e adolescentes na escola; Desenvolver dispositivos filosóficos e artísticos com as professoras para potencializar seus saberes, experiências e criações nos modos de educar em direitos humanos entre crianças e adolescentes. Sendo uma pesquisa-intervenção, faz uso dos métodos “Cartografia”, para a demarcação do território de pesquisa e do grupo-pesquisador, e “Sociopoética”, utilizado para criação de problemas, confetos e devires do educar em Direitos Humanos a partir de dispositivos filosóficos e artísticos. A tese estrutura-se em quatro partes, além da introdução e conclusão: na primeira, denominada de “Mapas” cartografa as afecções e implicações da pesquisadora, mapeando duas experiências de coordenação de projetos de educação em direitos humanos; a segunda parte, “Palavras”, problematiza as invenções discursivas sobre direitos humanos, crianças e adolescentes como sujeitos de direitos e saberes da experiência no processo de formação docente. Na terceira parte, “Poiesis”, situa-se o território de pesquisa, a Comunidade Escolar “Mãos Dadas”, no Parque Alvorada, região na fronteira entre Timon-MA e Teresina-PI. Destacam-se os fundamentos sobre o método; descrição das oficinas de negociação, formação do grupo co-pesquisador e de produção de dados com a técnica artística a “Capulana: O tecido que fala”, inspirada na cultura africana, sendo feita a analise classificatória e cruzamento das categorias. A quarta parte, “Rizomas”, descreve-se o momento da contra-análise, com o estudo transversal, potencializando a autoanalise do grupo-pesquisador diante do próprio pensamento, transversalizando-o com os fundamentos filosóficos, educacionais e legais da educação em direitos humanos. Os principais teóricos que orientaram esta produção são Foucault (1992, 1984, 2003, 2011, 2013, 2014); Deleuze e Guatarri (1985; 1995; 2010; 2013); Arendt (1989; 2001); Agamben (2010); Certeau (1999); Gauthier (2012); Larrosa (2010; 2016); Panikkar (2004), Santos (2010) dentre outros dessa vertente. A tese corrobora na perspectiva da descolonização das formas excludentes e normativas de educação e direito, destacando o viés intercultural de uma educação em direitos humanos, atravessada pelas experiências e criações de professoras nas relações micro de saber e poder, de um pensar coletivo, criativo e imanente na vida de crianças e adolescentes. O grupo-pesquisador revelou sua potencialidade inventiva principalmente na Força-Mulher-Resistência e no devir Professor-Criança como estética da existência que passa pela alacridade e circularidade dançante nos modos de educar em meio às realidades caóticas, onde a escola é um círculo de vários círculos que cuida e acolhe as diferenças.