O estudo objetiva compreender como os professores do ciclo de alfabetização (1º ao 3º ano) articulam os saberes construídos durante cursos de formação continuada desenvolvidas na disciplina de matemática e em que aspectos essas formações contribuem na ressignificação da prática docente. De maneira especifica, identificar a formação continuada no âmbito do ensino de matemática oferecida pelo Ministério da Educação (MEC) em parceria com as Secretarias de Educação, bem como os saberes construídos e como eles são contemplados na pratica docente; caracterizar o ensino de matemática a partir das formações continuadas vividas pelas professoras alfabetizadoras e descrever as contribuições da formação continuada como instrumento de reflexão e ressignificação da prática docente. Mediante a definição de objetivos definimos o seguinte problema: Como os professores do ciclo de alfabetização (1º ao 3º ano) articulam os saberes construídos durante a formação continuada desenvolvidas na disciplina de matemática com sua pratica docente? Pretendemos, a partir da formação continuada como objeto de estudo compreender o diálogo que as professoras estabelecem entre os saberes construídos no ensino de matemática e a prática docente. Partindo do pressuposto de que a formação continuada se constitui de um espaço de troca de experiências, validação, construção e reconstrução de saberes corroborando para a ressignificação da prática onde, a articulação dos saberes se manifestam, é no seu fazer em sala de aula que os professores mobilizam os conhecimentos construídos em diferentes espaços de formação, pois os mesmos contribuem significativamente no exercício da docência. Compreendemos que a formação continuada pode contribuir na compreensão desse processo. Esse momento de interação possibilita estudos, troca de experiências, discussões que permitirão ou não, o professor compreender as diferentes formas de ensinar e aprender matemática. Alicerça-se nos princípios da Etnometodologia tendo como método de pesquisa a etnografia por possibilitar, a cientificidade das informações coletadas Coulon (1995). O campo empírico se constitui de 03 professoras alfabetizadoras que ministram aulas nas turmas de 1º ao 3º ano que foram observadas durantes o seu fazer docente em sala de aula. O procedimento metodológico utilizado é a observação participante, o memorial descritivo tendo como dispositivo de formação o diário de campo. Como aportes teóricos Coulon (1995), Macedo (2010), Angrosino (2009), Geertz (2012) dentre outros, que tratam da Etnometodologia como teoria do social e da etnografia como método de pesquisa, e sobre formação continuada nos consubstanciamos na LDB 9394/96, nas resoluções do CNE, e em autores como: Formosinho (2009), Imbernón (2009), Nóvoa (2009), Pacheco (1999). Analisamos os dados por meio do ciclo de políticas de Ball fazendo uma análise a partir do conceito do contexto de influência, buscamos compreender a formação a partir de sua instituição e normatização para depois entender o contexto da prática, ou seja, a forma como os sujeitos implantam as políticas públicas. O eixo da pesquisa é a formação continuada a partir das vivências das alfabetizadoras, por considerar que os estudos e discussões realizados possibilita reflexão sobre as mudanças ocorridas ao logo dos anos no processo de ensinar e aprender matemática, bem como a importância da formação continuada como espaço de reflexão, consolidação e reconstrução de saberes.