Os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia criados com a lei 11.892, em dezembro de 2008 (BRASIL, 2008), se propuseram a repensar a Educação Profissional para além dos moldes que até então vinha sendo realizada, apresentando já em suas diretrizes a necessidade de pensar essa modalidade de ensino na perspectiva de uma educação inclusiva, que tem por base a valorização das diversidades. Porém, essa proposta precisa de uma devida contextualização de sua inserção numa educação permeada por racismos, como o racismo institucional. Assim, emergiu o seguinte problema de pesquisa: como docentes e gestores do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Maranhão (Ifma) lidam com as exigências de uma educação para as diversidades, particularmente no que concerne às relações raciais?”. Compreender essa questão em termos das respostas a serem oferecidas / analisadas é nosso objetivo principal. O estudo, portanto, tem como objetivos específicos: realizar uma análise documental no tocante às questões das diversidades, em particular da temática da afrodescendência, no Ifma; caracterizar as práticas profissionais de docentes e docentes gestoras/es da instituição; comparar concepções curriculares e práticas profissionais de docentes e gestores; e averiguar como os\as docentes e gestores manifestam em sua prática profissional elementos constitutivos de sua identidade racial. Nossa tese é de que a colonialidade, presente em nossos corpos e mentes, faz com que a abordagem de valorização das diversidades na educação esteja, quando muito, no “entre-lugar” do qual falou Bhabha (2013), na fronteira, onde representa uma possibilidade de pelo menos questionar a colonialidade sem ser instrumento de descolonização. Dentre os autores que este estudo se fundamenta, destaco além de Bhabha (2013), Munanga (1999), Cunha (2000a), Mignolo (2008), Fanon (2008), Guimarães (2009), Boakari (2010), Quijano (2010), Santos (2010), Boakari e Silva (2011), Hall (2011), Certeau (2014), Silva (2014), dentre outros. O cenário da pesquisa é o Ifma. Nossa pesquisa é qualitativa e para acessar as informações para produção dos dados estamos realizando a análise de documentos institucionais como legislações, regulamentos, resoluções, atas e entrevistas com 11 docentes da instituição.