RESUMO
A temática desta dissertação concentra-se em torno das práticas educativas dos professores leigos e normalistas do Estado do Piauí. O objetivo principal é analisar como os professores leigos e normalistas do Piauí desenvolviam suas práticas educativas, no período compreendido entre as décadas de 1910 a 1930 tomando a literatura como fonte de pesquisa. No que se refere à periodização, considera-se como recorte inicial o retorno do funcionamento da Escola Normal e a sua oficialização no ano de 1910, com a promulgação da Lei de n° 548 de 30 de março de 1910, no governo de Antonino Freire e como recorte final, a década de 1930, período de consolidação dos grupos escolares como uma nova organização do ensino primário no Estado. Este trabalho é de cunho historiográfico, e o seu corpus documental é composto por biografias e autobiografias. O estudo está embasado na orientação da Nova História Cultural, seguindo as orientações teóricas de autores como Burke (1992) e Le Goff (1990); além das teorias de memória de Félix (1998), Halbwachs (1990) e Souza (2000), por fim, buscou-se fundamentação teórica sobre as pesquisas envolvendo o campo da literatura, em autores como Dosse (2009), Lopes (2004), Lopes (2006), Souza (2012), Ferro (2010), Galvão e Lopes (2010), Queiroz (2015), entre outros. As obras literárias analisadas que serviram de fontes para essa pesquisa foram: autobiografias “Impressões e perspectivas (1985)” de Luiz Mendes Ribeiro Gonçalves e “Trechos do meu caminho (1897)” de Leônidas de Castro Mello; biografia do “Professor Felismino Freitas: educação como missão e vocação (1895)“ produzida pelos seus familiares Maria Leonilia de Freitas, Francisco Newton Freitas e Francisco Antonio Freitas de Freitas; biografia de Francisco Moura, intitulada “Fortuna crítica (1933)” escrita por José Maria de A. Ramos; a biografia de “Miguel Guarani: mestre e violeiro (1910)” escrita por seu filho, Francisco Miguel de Moura; biografia “O. G. Rêgo de Carvalho – Fortuna crítica (1930)”, elaborada por Kenard Kruel; biografia de “Nilo Campelo de Matos (A história de um homem de bem), (1923)” produzida por José Bezerra Anchieta; autobiografia “O menino quase perdido (1933) de Francisco Miguel de Moura; a entrevista transformada no livro “Conversas com M. Paulo Nunes (1925), realizada por Teresinha Queiroz. Para construção do trabalho foi utilizada ainda o sentido de categorização presente na metodologia de análise de conteúdo de Bardin (1994). Verificou-se que os Professores leigos e normalistas, foram figuras importantes na história do ensino primário piauiense. Percebeu-se que os professores leigos exerciam sua prática com base na sua experiência, enquanto que os professores normalistas, utilizavam como referência os ensinamentos adquiridos na sua formação na Escola Normal. Os resultados deste trabalho vêm somar para o enriquecimento da historiografia educacional do Piauí e servir de fonte de pesquisa para outros autores que se dediquem ao estudo dessa mesma temática.
Palavras-chave: História da Educação. Memória. Literatura. Normalistas. Professor Leigo.