O estudo da prática educativa de professores diante de alunos público-alvo da educação especial deve superar o enfoque individualizante que dissocia essa prática do sujeito que a implementa e do cenário social e institucional no qual ocorre. A dicotomia entre o individual e o social na pesquisa científica no campo da educação especial não permite compreender a complexidade da temática. A prática educativa do professor é influenciada por fatores institucionais que se organizam além das condições objetivas, concretas, configurando-se em processos simbólico-emocionais coletivos, definidos como subjetividade social. Deste modo, este trabalho tem o objetivo geral de investigar como a subjetividade social de uma escola pública e sua vivência na prática educativa de professores da sala comum e do atendimento educacional especializado no contexto da inclusão escolar de alunos público-alvo da educação especial. A pesquisa, de natureza qualitativa, do tipo explicativa, tem como fundamento a teoria da subjetividade de González Rey e a epistemologia qualitativa desenvolvida por este autor. O cenário da pesquisa foi uma escola pública vinculada à Secretaria Estadual de Educação (SEDUC) do Estado do Piauí, localizada na cidade de Teresina. Ao todo, 11 professores participaram da investigação. Para a construção de informações, foram utilizados os seguintes procedimentos: observação participante dos momentos de coordenação pedagógica, conselho de classe e reuniões coletivas; análise dos documentos da escola; entrevista semiestruturada e sistemas conversacionais com a direção, coordenação pedagógica e professores. As informações foram analisadas com base no método construtivo-interpretativo elaborado por González Rey. A construção de informações tem gerado indicadores que permitem o levantamento de hipóteses de que a inclusão de alunos público-alvo da educação especial na escola investigada tem ocorrido com base em um modelo clínico de educação especial e com forte ênfase nos profissionais de apoio à inclusão.