A investigação se insere em momento histórico e social que suscita exigências contextuais emancipatórias às práticas educativas desenvolvidas na escola, assim, a educação escolar, como elemento precípuo à formação requer redirecionamentos das práticas que atendam às reinvindicações da sociedade em condições de desigualdades sociais. Sob este olhar, esta investigação tem como objeto de estudo a Avaliação de Aprendizagem direcionada a questões raciais e educação, no contexto que tratem de homens e mulheres descendentes de africanos. Como tese de doutoramento partiu do problema: as práticas de professoras/es relacionadas à avaliação da aprendizagem são marcadas por questões raciais? Buscamos compreender de que forma as práticas educativas de professoras do Ensino Fundamental, no que se refere à avaliação da aprendizagem, consideram as questões raciais. No intuito dessa compreensão almejamos os objetivos específicos: Descrever as rotinas da sala de aula, situando as práticas avaliativas e o tratamento dado às diferenças diversas; Relacionar as práticas de avaliação da aprendizagem; Analisar as intenções que dão embasamento à avaliação da aprendizagem; Identificar se nas práticas e intenções que presidem a avaliação da aprendizagem há indícios de condutas racistas ou de discriminação por características afrodescendentes. Realizamos a investigação com base na abordagem qualitativa, tendo uma escola pública como campo de investigação, a partir do qual obtivemos acesso às informações por meio de questionário, análise documental e agrupamento de questões. Contamos com a contribuição de 06 (seis) professoras do Ensino Fundamental (1º ao 5º anos) de uma Escola Municipal da Zona Sudeste de Teresina, sendo estas participantes diretas da investigação. Adotamos como base teórica, Bonniol (2001), Carvalho (2009), Esteban (2000), Hadji (2001), Luckesi (2006), Bhabha (1998), Boakari (1994, 2012), Cunha Júnior (2005, 2012), Fanon (2008), Gomes, A. (2008), Gomes, N. (1995, 2010), Guimarães (2004, 2009), Morin (2007), Freire (2004, 2014), Libâneo (2009), Bogdan e Biklen (1994), Minayo (2007), Bardin (2009) dentre outras contribuições. A análise nos permitiu considerações acerca das unidades de análise temática em estudo (prática pedagógica, avaliação da aprendizagem e questões raciais) e direcionam aos resultados da investigação, estes apontam que, as disposições elencadas quanto às compreensões de avaliação da aprendizagem distanciam-se das práticas desenvolvidas, a avaliação interna (escola) é bem apresentada no documento, mas, na, prática é a avaliação externa que se sobressai. Emergem ainda, aproximações interpretativas às informações que revelam que, a maioria das professoras não reconhece que há discriminações na sua sala de aula; desconhecem os documentos legais que orientam a prática educativa que atenda ao trabalho educativo com as questões raciais, são aproximações que denotam distanciamento da avaliação como processo e falta de interligação com as questões raciais, no sentido de formação para a humanização.