No contexto do Brasil como sociedade com problemas de racismo, com a pesquisa intitulada “Afrodescendentes organizadas – práticas educativas não escolares em Teresina – PI: o que ensinam?” pretendíamos investigar o que fazem grupos organizados para viabilizar construção de saberes e aprendizagens em torno da identidade de gênero, pertencimento racial e cultura afrodescendente, o que ensinam atividades, programas, engajamentos destes grupos e quais contribuições eles têm para as pessoas do grupo, em particular, participantes do estudo. A questão norteadora foi - quais aprendizagens algumas pessoas desenvolvem sobre elas mesmas e elementos da cultura africana no interior de grupos de brasileiras afrodescendentes? Este questionamento nos levou ao objetivo geral da pesquisa que constituiu em compreender as práticas que permitem a construção de saberes e aprendizagens consideradas relevantes por algumas brasileiras afrodescendentes de grupos organizados. Definimos os objetivos específicos como caracterizar as atividades realizadas e linguagens empregadas pelas integrantes dos grupos; descrever produtos e produções culturais das participantes; destacar saberes e aprendizagens que se constroem nestes grupos, enfatizando conhecer como integrantes definem/descrevem as suas identidades de gênero e raça. A metodologia compreendeu uma abordagem qualitativa envolvendo práticas descritivas. Estabelecemos os perfis das participantes e desenvolvemos observação não participante e entrevista semiestruturada com algumas mulheres, autodeclaradas afrodescendentes, com o mínimo de 18 anos, que colaboram com atividades de educação social. Utilizamos procedimentos descritivos com base na análise de conteúdo de Bardin (1977) para tratar dos dados. As discussões dos temas deste estudo foram feitas a partir das contribuições de Alonso (2009); Arroyo (2003); Boakari (2009; 2010); Brandão (1995); Gohn (2000; 2011); Gomes (2015); Santos (2010); Freire (1987) dentre outras/os.
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