O movimento da Escola Nova, ocorrido no Brasil no final do século XIX e início do século XX, tinha o intuito de propor novos rumos ao país através de um projeto moderno de educação, rompeu com a concepção de educação tradicional e propunha um ensino centrado na criança e associava escolarização como peça fundamental para o desenvolvimento do país, exigida pelas mudanças econômicas, políticas e culturais. Essa renovação pedagógica deu à infância atenção especial ao respeito pelo desenvolvimento natural da criança, a partir das especificidades da natureza infantil e junto com ela o lúdico, por se tratarem de atividades que despertam o interesse e a aprendizagem da criança. Partindo dessa argumentação, definimos a seguinte tese: Como eram desenvolvidas as práticas lúdicas no Ensino Primário do Piauí entre os anos de 1930 a 1961? O recorte temporal é definido em 1930, com a publicação do documento “A reconstrução educacional no Brasil ao povo e ao governo”, redigido e assinado por signatários escolanovistas, e finaliza em 1961, período de vigência da LDBEN, 4.024, que se materializou com fortes influências ensejadas pelos ideais da Escola Nova. Definimos como objetivo geral: Analisar de que maneira as práticas lúdicas eram desenvolvidas no Ensino Primário do Piauí entre 1930 a 1961, em sua História e Memória. E específicos: Conhecer quais os jogos, brincadeiras e recreações eram praticados no espaço escolar da educação primária piauiense; Identificar as práticas lúdicas desenvolvidas na disciplina Educação Física no ensino primário no Piauí; e Ressaltar as atividades lúdicas evidenciadas através das Memórias de ex alunos (as), do ensino período que compreende a esse estudo. Se fundamenta na Nova História Cultural, em autores como Burke (1992) e Le Goff (2001), e tem como metodologia a História Oral e a entrevista como técnica, com base em Freitas (2006). Entrevistamos seis ex-alunos do Ensino Primário do Piauí, definidos pelo critério do recorte temporal. Na análise das entrevistas temos como suporte Guerra (2014) e nos Estudos de Memória em Halbwachs (1990). E para a triangulação das fontes usamos períodicos do Arquivo Público de Teresina e diários de Classe, do Instituto de Educação Antonino Freire.