Essa pesquisa trata sobre o livro didático na prática docente alfabetizadora, demarcando os usos elaborados/reelaborados desses materiais didáticos por professoras alfabetizadoras. O seu delineamento e desenvolvimento partiu do seguinte problema: Que usos do livro didático são elaborados/reelaborados na prática docente alfabetizadora? A definição desta problemática fundamenta-se na perspectiva de que o livro didático é uma construção. Sua presença na escola o demarcam como artefato, instrumento de ação ou como produto social aparentemente pronto e acabado, mas a ação dos sujeitos, sobretudo professores e alunos, o tornam vivo e dinâmico no processo de alfabetização. O objetivo geral do estudo foi analisar os usos do livro didático elaborados/reelaborados na prática docente alfabetizadora. Para tanto, estabeleceu-se como objetivos específicos: conhecer como os professores se apropriam do livro didático na prática docente, descrever a mediação didática desenvolvida pelo alfabetizador no uso do livro didático e identificar os usos e funções do livro didático no processo de alfabetização. As discussões foram fundamentadas nos seguintes autores: sobre os percursos históricos e concepções de livros didáticos de alfabetização: Cagliari (1988), Sheffer (2007), Mortatti (2006), Lajolo e Zilbermam (1996), Freitag e Motta (1989), D’Ávila (2008), Nosella (1979), Silva (2000), Bittencourt (1993), Choppin (2004), Batista (2000). Sobre o livro didático de alfabetização e o PNLD, avaliação e processos de escolha: Batista (2003), Apple (1995) Garcia (2007), Munakata (2001), D’Àvila (2008). Sobre prática docente alfabetizadora e o livro didático no trabalho com alfabetização e letramento: Araujo (2011), Sousa (2014), Tardif (2002), Lajolo (1996), Rios (2001), Silva (1996), De Pietri (2009), Brito; Albuquerque, Cabral;Tavares (2007), Soares (2011, 2013), Kleimam (1998), Bakhtin (1995), Marcuschi (2005), Antunes (2003), Habermas apud Contreras (1997), Liston & Zeichner (1993). Com abordagem qualitativa (Richardson, 2012), a metodologia fundamenta-se no método narrativo (Cladinin e Conell, 2015), utilizando como instrumentos de produção e dados o memorial de formação com bases nas ideias de Brito (2010), Prado e Soligro (2007), e também as rodas de conversas a partir das ideias de Brito e Santana (2014), Moura e Lima (2014). A análise de dados será realizada com fundamentos em Bardin (1979) utilizando-se a análise de conteúdo. Participaram da pesquisa sete professoras que trabalham com alfabetização de crianças há pelo menos cinco anos, no município piauiense de Buriti dos Montes, região semiárida brasileira, há 250 km da capital Teresina.