A Educação Inclusiva (EI) foi reconhecida como diretriz educacional a partir dos anos 1990 e tem como princípio básico o acolhimento de todos os alunos na escola regular. Isso oportunizou maior acesso de pessoas público alvo da educação especial (PAEE) aos diversos níveis e modalidades de ensino e, particularmente, à Educação Profissional e Tecnológica (EPT). Mas, se por um lado o acesso foi garantido, por outro, as condições de permanência e sucesso desses alunos na escola, sob muitos aspectos, ainda representam um desafio, visto que a escola regular não está preparada para a inclusão. Nessa perspectiva, vislumbramos a possibilidade de realizar uma pesquisa tomando como objeto de estudo a prática educativa na EPT em sua relação com a educação inclusiva. Partimos do pressuposto de que a inclusão de alunos PAEE na EPT desafia professores, em sua prática educativa, a desenvolverem práticas de inclusão eficientes a fim de atender necessidades educacionais específicas desses alunos. Nesse sentido, interessou conhecer qual a natureza dessas práticas educativas de inclusão. Como objetivo geral, o estudo pretende analisar as práticas educativas de inclusão desenvolvidas por professores da EPT/IFPI para atender necessidades educacionais de alunos PAEE. De forma mais específica, o estudo procurou identificar concepções de professores sobre a educação inclusiva e como estas impactam a prática educativa; compreender o que pensam os professores sobre inclusão no contexto da Educação Profissional e Tecnológica/IFPI; conhecer o que subsidia a ação de professores experientes para desenvolver práticas educativas de inclusão, visto que não tiveram oportunidade de formação para a educação inclusiva; descrever os desafios que a inclusão traz para a prática educativa de professores da EPT/IFPI. Utilizando a metodologia (auto)biográfica, o estudo recorreu aos memoriais de formação (Passeggi, 2008) e à entrevista narrativa (Schutz, 2011) para a produção de dados. A investigação toma como lentes em relação à prática educativa autores como Behrens (1999,2005), Libâneo (1998, 2017), Freire (2015), Franco (2012); no que diz respeito à Educação Inclusiva Dal-Forno, Duek e Silva (2014), Mendes (2016), Mazzotta (2010), Glat e Blanco (2007), dentre outros, além de documentos oficiais, decretos e leis sobre a EPT.