Desenvolvimento profissional, formação e prática docente do professor de Biologia são núcleos temáticos que merecem visibilidade quando se pensa em melhorar a qualidade da Educação. Nessa perspectiva, o presente estudo parte do problema de pesquisa: como se dá o desenvolvimento profissional dos professores de Biologia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA) – Campus Codó no contexto da formação (inicial e continuada) e da prática docente? O objetivo geral consiste em analisar o desenvolvimento profissional dos professores de Biologia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão – Campus Codó no contexto da formação (inicial e continuada) e da prática docente. O embasamento teórico apoia-se em autores que discutem os núcleos temáticos em análise, com destaque para Day (2001), Gatti (2016, 2019, 2020), Imbernón (2006, 2009, 2010), Mendes Sobrinho (2006, 2007, 2014), Vaillant e Marcelo (2012). Quanto aos aspectos metodológicos, a pesquisa é qualitativa narrativa (auto)biográfica, fundamentada em Brito (2010, 2021), Clandinin e Connelly (2011), Passeggi (2008) e Souza (2004, 2007, 2014), com a utilização do memorial autobiográfico e da entrevista narrativa como dispositivos para a produção de dados. Colaboraram com a investigação cinco professores de Biologia que ministram aulas em turmas de Ensino Médio Integrado no âmbito da Educação Profissional e Tecnológica no IFMA – Campus Codó. Os dados foram analisados com suporte na análise compreensiva-interpretativa. No tocante ao perfil dos professores colaboradores, são Licenciados em Ciências Biológicas ou Ciências com habilitação em Biologia; o tempo de atuação na docência varia de 8 a 19 anos; no IFMA, compõem a equipe docente de 6 a 12 anos; trabalham em regime de 40h ou 40h com dedicação exclusiva; possuem Mestrado e dois têm Doutorado. Quanto à caracterização da formação docente inicial e continuada, foram evidenciados pelos professores contributos e desafios. Dentre as contribuições, destacam as aprendizagens advindas dos componentes curriculares específicos da Biologia e dos conhecimentos pedagógicos provenientes das discussões sobre os fundamentos educacionais; os estágios supervisionados; oportunidades de aprofundar conhecimentos e compreender a ciência como não linear, histórica, dinâmica; e a reflexividade na e sobre a prática. Em relação às dificuldades enfrentadas, destacam a estrutura das instituições formadoras no que concerne à escassez de equipamentos e/ou reagentes laboratoriais; a necessidade de ampliar os conhecimentos referentes ao exercício profissional, assim como de contemplar os problemas enfrentados no contexto real com foco na socialização de experiências. Explicitam que a prática docente para o ensino de Biologia convém envolver as necessidades, percepções e contextos sociais dos educandos; e que as atividades propostas diversifiquem estratégias e recursos didáticos para que as aulas não se tornem acríticas e desvinculadas do cotidiano. Nessa perspectiva, à medida que o professor se desenvolve profissionalmente, por meio das atividades formativas, suas práticas melhoram, o que pode facilitar a aprendizagem, um dos objetivos da educação. Salientam ainda que os processos formativos inicial e continuado contribuem para o desenvolvimento profissional à medida que propiciam evolução e continuidade no sentido de provocar movimentos de compreensão inerentes à Biologia e às questões educacionais. Assim, foi possível constatar que diferentes fatores concorrem para o desenvolvimento profissional do professor de Biologia e que a formação (inicial/continuada) e as experiências vivenciadas na prática docente figuram como elementos que podem contribuir para esse desenvolvimento.