O Plano de formação tem a missão de orientar os trabalhos educativos desenvolvidos nos CEFFAs, articulando-os com as experiências do meio sócio profissional do educando. Constitui-se, portanto, no currículo oficial da EFA, com a finalidade de articular os conhecimentos da realidade com os conteúdos escolares, vinculados ao núcleo comum e a parte específica da formação técnica e profissional, visando a formação integral do sujeito. Neste sentido, esta pesquisa tem o objetivo geral: analisar de que forma o Plano de Formação contribui na articulação dos diferentes tempos e espaços educativos na Escola Família Agrícola da Serra da Capivara, localizada no município de São Lourenço no estado do Piauí. Diante deste contexto, o processo investigação foi desenvolvido a partir da seguinte questão: de que forma o Plano de Formação contribui na articulação dos diferentes tempos e espaços educativos na Escola Família Agrícola Serra da Capivara, visando a construção interdisciplinar do conhecimento? Nos objetivos específicos buscamos: compreender a importância do Plano de Formação no desenvolvimento de projetos educativos interdisciplinares no contexto da Pedagogia da Alternância; discutir as contribuições do plano de formação na articulação entre diferentes tempos e espaços de formação na EFA; verificar as estratégias utilizadas pela EFA que fomentem a participação dos educadores, educandos e das famílias na construção do Plano de Formação; analisar o desenvolvimento do Plano de Formação da EFA de São Lourenço, destacando os desafios e as possibilidades de diálogos interdisciplinares do conhecimento. Nesta pesquisa estamos dialogando com alguns autores que refletem esta temática como: Begnami (2004, 2003), Caliari (2002), Caldart (2012, 2009), Calvó (199), Estevam (2012), Freire (1987, 1988, 1991), Gimonet (2007), Lima (2014), Nosella (2012, 1977), entre outros. Trata-se de uma investigação de cunho qualitativo, que se fundamenta na abordagem crítica-dialética. A pesquisa foi desenvolvida na Escola Família Agrícola de Serra da Capivara, por meio da análise documental, entrevista semiestruturada e rodas de conversas. Os interlocutores da pesquisa foram 09 participantes, sendo três professores, dois alunos, dois pais, uma diretora e uma coordenadora pedagógica. A partir deste processo de investigação acerca do Plano de Formação pôr Alternância, a análise realizada, possibilitou-nos uma compreensão acerca da realidade vivenciada na EFA Serra da Capivara, principalmente com relação às lacunas em torno da construção e execução do Plano de Formação. Neste aspecto, concluímos que alguns fatores como: a ausência da família na escola, o desconhecimento de alguns educadores, alunos e famílias acerca do Plano de Formação trouxeram prejuízos para o processo de articulação interdisciplinar dos conhecimentos e saberes no contexto das práticas educativas da EFA. Além disto, percebemos que há uma diferença entre o Plano de Formação, proposto por Gimonet (2007), que orienta o PF dos CEFFAs, e aquele utilizado na EFA, concebido a partir de uma estrutura simplificada, que dificulta a compreensão do trabalho desenvolvido pela Escola, com relação a articulação dos variados conhecimentos e saberes nos diferentes os tempos e espaços da formação.