Entende-se o ensino-aprendizagem como relacional, e assim, as relações das/os professoras/es com crianças construídas de diversas formas nas práticas pedagógicas, incluindo afetos, admirações, mas também, nos desrespeitos, negligências e outros comportamentos negativos, influenciam as atividades do ensino desenvolvidas pelas/os profissionais da educação escolar, as quais resultam na esperada aprendizagem das/os alunas/os. Nesse sentido, considerou-se de importância social estudar este problema visando entender como as relações entre as professoras e crianças afrodescendentes do Quilombo Mimbó, Amarante, Piauí, influenciaram nas atividades desenvolvidas no cotidiano escolar, e as consequências destas mesmas em termos das noções acerca das relações raciais. Realizou-se um estudo de caso, com abordagem qualitativa, tendo como meios mais viáveis para acessar as informações, observações participantes nas salas de aula e nos espaços escolares, como também, em rodas de conversa com as professoras, enquanto se utilizava um diário de campo. Nessas atividades, foram tomados todos os cuidados com a saúde das pessoas envolvidas, devido à situação atual da pandemia da Covid-19, respeitando os protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde. A pesquisa baseou-se também, nas leituras de trabalhos de pesquisadoras/es como Abreu (2014), Batista (2013), Boakari (2007, 2013, 2021), Brandão (2010), Cunha Junior (2005, 2008, 2012), Dayrell (1996), Fonseca (2001), Freire (1987,1992), Gomes (2008), Gomes (2005, 2012, 2013) Machado (2008, 2015), Moura (1991) Mununga (2005), Nascimento (1970), Santos (2010, 2020), Silva (2017, 2020, 2021) e Silva (2005, 2012). Com este estudo, ficou evidenciada necessidade de continuar problematizando as questões da escola numa comunidade como a de Mimbó, especialmente no que tange a preparação profissional das/os professoras/es para estas escolas.