Esse pesquisAR se insere nas investigações do Observatório das Juventudes e Violências na Escola – OBJUVE, que integra o Núcleo de Estudos e Pesquisas “Educação, Gênero e Cidadania” – NEPEGECI. Trata de um estudo encarnado junto a formação inicial de jovens mulheres artistas do curso de Artes Visuais da Universidade Federal do Piauí, nos componentes curriculares de Poéticas Visuais, Arte e Meio Ambiente, nos períodos de 2020.1 e 2020.2, ano de origem da pandemia da covid-19 a partir da disseminação rápida e letal do vírus Sars-cov-2 por todo o planeta, a maio de 2021, no ensino remoto em ambiente virtual, enfrentando as dores, angustias, medos, anseios o que exigiu, sem aviso prévio, outras formas de Ser e estar no mundo. Kunhãgwé, da língua tupi-guarani nhandewa, significa coletiva de mulheres, é um agrupamento, uma aliança de jovens mulheres em rede que através de práticas artísticas sensíveis criam e ressignificam narrativas, inventam metodologias e outras novas formas de se fazer ensino_aprendizagem com/através da arte. O pesquisAR é qualitativo e abraça a Sociopoética como método de pesquisa com possibilidades de aplicação no ensino e na aprendizagem desenvolvida a partir de cinco orientações: a instituição de grupo-pesquisador, no qual cada participante da pesquisa é protagonista em as todas etapas; a valorização das culturas subrepresentadas e de resistência; o pensar, conhecer, pesquisar, aprender com o corpo inteiro; privilegiar práticas artísticas na produção de dados e o comprometimento com responsabilidade ética, política e espiritual em todo processo do pesquisar. A escolha da Sociopoética se deve a sua capacidade invento_educativa ao propor analisar criticamente a realidade social, ao desvelar o inconsciente de classe, étnico-racial, de gênero, de cultura e sub-cultura, de faixa etária que atravessa as pessoas e os grupos. O problema da pesquisa: Como as corpas das artistas_estudantes de Artes Visuais da UFPI inventam confetos (neologismo significa conceitos permeados pelos afetos) para uma educação emancipadora e de equidade de gêneros em ambiente de ensino remoto, no contexto da pandemia da covid-19?”, tem como objetivos específicos: a) detectar práticas artísticas e educativas que potencializam coletivamente as corpas dessas jovens no ensino remoto; b) identificar as narrativas de re_existência e os confetos que atravessaram essas corpas e c) identificar os impactos das práticas artísticas inventadas no ensino remoto no contexto da pandemia da covid-19 (no período supracitado), com_partilhando narrativas, memórias e experiVivências de 05 (cinco) jovens mulheres artistas_estudantes de Artes Visuais na Universidade Federal do Piauí/UFPI. A pesquisa se baseia teoricamente em Adad (2011); Adad e Leite (2021), Barbosa (2020), Beard (2018), Biroli (2018), Butler (2018), Certeau (2008), Esbell (2020), Gauthier (2012), Hollanda (2018), Hooks (2019), Nascimento (2021), Paim (2012), Saffioti (2002), Santos (2022) Tiburi (2021), dentre outros. A relevância do estudo para a linha de pesquisa Educação, diversidade/diferença e inclusão dar-se-á pelo ineditismo frente a realidade do ensino_aprendizagem remoto e sua contribuição para os estudos de educação, gênero, juventudes e interculturalidade uma vez que reconhece os saberes de outres, suas ciências e os caminhos percorridos para legitimar seus modos de ser e estar no mundo, reconhecendo mutualmente igualdade e equidades de direitos entre saberes e caminhos heterogêneos, entre as diversas legitimidades cientificas que coletividades distintas elaboram, adiando o fim do mundo, sonhando e reinventando outros mundos possíveis.