A movimentação internacional e nacional pela inclusão escolar de pessoas Público-Alvo da Educação Especial (PAEE) vem se desenvolvendo gradativamente ao longo das últimas décadas e, na atualidade, a política pública defendida pelo governo federal que se apresenta com mais evidência é o Atendimento Educacional Especializado (AEE) desenvolvido em Salas de Recursos Multifuncionais (SRM). Nesse sentido, ainda que o AEE auxilie no processo de inclusão, há evidências que apontam dificuldades na sua execução e, consequentemente, prejudicam a garantia efetiva de acesso, participação, permanência e aprendizagem desses educandos no contexto da escola regular. A pesquisa apresentada, consiste em estudo desenvolvido em rede por distintas universidades brasileiras, entre as quais, a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Universidade Federal do Piauí (UFPI). A abordagem do Ciclo de Políticas (ACP) de Richard Bowe e Stephan Ball (1992) constitui a base teórico-metodológica do estudo. Nesse contexto, a pesquisa partiu da seguinte questão: Como as políticas públicas de inclusão escolar voltadas para o atendimento educacional especializado estão sendo interpretadas nas escolas da rede municipal de ensino de Teresina? Desse problema definiu-se o objetivo geral como analisar as políticas de inclusão escolar considerando o atendimento educacional especializado nas escolas da rede municipal de Teresina-PI. O trabalho foi realizado conforme os parâmetros da pesquisa quali-quantitativa, do tipo descritiva. Participaram da pesquisa 35 professores especialistas atuantes no AEE, na rede municipal de Teresina, e três gestores que coordenam as ações da Secretaria Municipal de Educação voltadas para o PAEE. Como instrumentos de coletas de dados, foram utilizados o Questionário de Avaliação da Política de Inclusão Escolar: Professor Especializado - QUAPOIE-PE (6ª versão), elaborado por Tannús-Valadão, Santos, Lacerda e Mendes (2021) e um roteiro de entrevista semiestruturada com os participantes. Os dados foram organizados em gráficos e tabelas, com conceitos e medias de cada indicador, analisados em concordância como o referencial teórico. As análises demonstraram que as Resoluções da Educação Especial Municipal e Plano Municipal de Educação seguem as orientações e diretrizes nacionais, as quais são bem avaliadas pelos professores especialistas. No entanto, houve distintas respostas quanto a funcionalidade das mesmas e ausência de outras políticas destinadas ao PAEE, além do AEE. Outros fatores constatados foram a quantidade insuficiente de SRM para o número de aluno PAEE matriculados, poucos auxiliares de apoio a inclusão e falta de recursos destinados a materiais pedagógicos. Por fim, apesar das políticas de inclusão escolar estarem definidas, sua efetivação ainda deve percorrer longo caminho para que, de fato, alcance com qualidade o PAEE nas escolas municipais.