A realização deste estudo visava compreender as narrativas de algumas professoras afrodescendentes alfabetizadoras, narrativas contando as histórias de pessoas invisibilizadas por uma sociedade que oculta e escamoteia os direitos básicos destas pessoas como os de ter consciência de seu pertencimento racial, oferecendo justificativas injustificáveis pela sua condição social na sociedade brasileira. Deste modo, a pesquisa foi organizada investigando a seguinte questão: “O que contam algumas professoras afrodescendentes alfabetizadoras no trato/trabalho das relações raciais no ambiente escolar”? Investigou-se a problemática da afrodescendência, gênero e educação, buscando através das experiências das participantes do estudo, discutindo suas respostas aos racismos e machismos brasileiros. O trabalho foi desenvolvido nas Escolas Municipais Bezerra de Menezes e Nova Brasília, localizadas na zona norte do município de Teresina, no Estado do Piauí, envolvendo 3 (três) professoras efetivas que se autodeclararam como afrodescendentes. Utilizou-se uma pesquisa de abordagem qualitativa (Richardson, et al., 2012), trabalhando as informações com ajuda de um diário de campo e os dados através da análise de conteúdo com base nas contribuições de Moraes (1999), Bogdan e Biklen (1994). Outras contribuições importantes no desenvolvimento deste trabalho acadêmico vieram de autoras/es como Munanga (2020), Gomes (2005) e Bomfim, Boakari e Araújo (2013), Ferreira (2004), Garcia (2007), Moura (1988), hooks (2013), Carneiro (2005), Collins (2016), Hall (2015), e Gonzales (2020). Resultados do estudo apontam-se para contribuições nas tentativas de compreender o que tange o trabalho docente de professoras afrodescendentes afetadas pelas opressões raciais e de gênero, pela interseccionalidade, onde por muitas vezes, estas profissionais são esquecidas/isoladas/subjugadas.