A presente pesquisa foca na história de vida, trajetória acadêmica, artística e profissional de Maria Yeda Caddah, pianista e professora de música piauiense que migrou para o Rio de Janeiro no final da primeira metade do século XX. No Rio de Janeiro, ela se destacou nos estudos de piano e tornou-se docente na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O objetivo principal é desvendar os sonhos, memórias e a trajetória acadêmica e profissional da artista, abrangendo o período que migrou para o Rio de Janeiro, em 1948, até seu retorno a Teresina em 1997. Especificamente, busca-se investigar a formação inicial e as primeiras experiências musicais de Maria Yeda no Piauí; analisar os desafios na formação musical, premiações acadêmicas no Rio de Janeiro e suas redes de sociabilidade; bem como, compreender sua trajetória como docente dos diferentes níveis da educação. O referencial teórico-metodológico adotado inclui a teoria na história cultural de Burke (2005), os estudos sobre a condição da mulher no Brasil de Priore (2004) e Rodrigues (2011), as discussões sobre história e memória de Félix (1998) e Catroga (2001), os estudos sobre intelectuais e redes de sociabilidade de Sirinelli (1986), e os conceitos de arquivamento da própria vida de Artiéres (1998), além dos estudos sobre história de vida de professores, conforme Sousa (2009). A metodologia baseia-se nas categorizações do Campo da História de Barros (2004), na história oral de Meihy (2006) e nas entrevistas como ferramenta da história oral de Alberti (2013). Os resultados preliminares indicam que Maria Yeda ampliou significativamente sua formação acadêmica e atuação artística e profissional ao buscar novos conhecimentos no Rio de Janeiro, enfrentando e superando desafios financeiros e sociais em uma sociedade dominada por homens, destacando-se como uma jovem mulher nordestina na então capital do Brasil.