GÊNERO E RAÇA NA EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA: há outras epistemologias na prática educativa de formação docente?
Formação docente. EaD. Epistemologias. Gênero. Raça. Prática educativa.
Esta tese analisa a produção de significados de gênero e raça na prática educativa de/para formação docente na modalidade de educação a distância. O interesse deste estudo parte de questionamentos que se inscrevem no debate contemporâneo acerca do alcance das políticas de conhecimentos da diversidade no campo da formação docente, mediante a institucionalização, a partir de 2009, da Rede de Educação para diversidade composta pelas Instituições Públicas de Educação Superior (IPES) do Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB), proponentes de cursos com temas da diversidade. A Universidade Federal do Maranhão (UFMA) com o curso de Especialização em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça (GPP-GeR) constitui o locus desta pesquisa com o propósito de investigar quais significados foram produzidos sobre as noções de gênero e raça no GPP-GeR, desenvolvido pela UFMA, no período de 2011 a 2013, destacando suas implicações na formação ou não de uma nova cultura de práticas educativas de/para formação docentes, à luz dos estudos de: Bernardo (2003), Boakari (1994, 2012), Bourdieu (1996, 2004a, 2004b), Butler (2012), Brito (2005), Carneiro (1993, 1994, 2001), Cardoso (2012), Geertz (2008), Gomes (2002, 2010), Gomes (1995, 2010), Foucault (1988, 1989, 1996, 2005, 2012), Ibiapina (2010, 2013), Louro (2000, 2004), Morin (2007), Motta (2002, 2003), Quijano (2010), Santos (2006, 2010a, 2010b), Santos; Menezes (2010), Scott (1995, 1999) e Werneck (2010), dentre outros/as. O estudo está organizado por três redes: a) linhas de produção da pergunta delimitada por uma ontologia histórica do século XXI e de nós mesmos, numa visão retrospectiva de experiências individuais com interferências políticas e pressões sociais; b) linhas de produção das respostas com recorte conceitual e metodológico de base qualitativa, na constituição do corpus teórico e empírico da pesquisa, numa lógica dialética. Usa a etnografia aplicada aos ambientes virtuais numa atitude interdisciplinar na produção dos dispositivos analíticos de processos e produto que engendram os significados de gênero e raça no Curso GPP-GeR, e por fim, c) linhas de ruptura e continuidade, discutindo certas implicações na produção de alternativas de intervenções epistemológicas de gênero e raça na prática educativa de/para formação docente, afastando-se de pensamentos “abissais”, ou seja, as implicações dessa “nova cultura” em estimular os docentes à abandonarem seu isolamento quase absoluto na episteme européia, aprofundando os tensionamentos entre continuidades e rupturas ou vice-versa, podem incentivar novos questionamentos para saberes renovados.