O desenvolvimento de fluidos de perfuração de baixo custo, que possa atender as exigências ambientais e proporcionar um bom desempenho, tem sido um grande desafio para a indústria petrolífera. Sob tal perspectiva, este trabalho tem como objetivo extrair e avaliar a goma da fava d’anta (Gal), isolada das sementes leguminosas da Dimonphandra Garderneriana, e avaliar sua potencialidade como viscosificante e redução de filtrado como substituta da goma xantana (GX) comumente utilizada em fluidos de perfuração à base de água (FPBAs). O processo de obtenção da Gal baseou-se na separação manual do endosperma, dissolução em água, centrifugação, precipitação com etanol e sucessivas lavagens com etanol e acetona, com posterior caracterização do material por Espectroscopia no Infravermelho com
Transformada de Fourier (FTIR), Análise termogravimétrica (TGA) e Cromatografia de permeação em gel (CPG). O polímero apresentou picos característicos associados à ocorrência de configurações anoméricas e ligações glicosídicas, atribuídas a unidades -D-galactopiranose e -D-manopiranose, respectivamente. A estimativa de massa molar apresentou distribuição unimodal com a massa molar média ponderada (Mw) de 2,38 × 10 6 g/mol, massa molar média numérica (Mn) de 1,24 × 10 6 g/mol índice de polidispersidade igual 1,92..Na análise entre os fluidos, identificou-se que a massa específica variou de 1,14 a 1,2 g/cm³ e a viscosidade aparente de 30,5 a 90,5 cP. A viscosidade plástica variou entre 10 e 23,5 cP e o limite de escoamento ficou entre 24 e 136 lbf/100ft 2 . Os fluidos foram preparados e divididos em três grupos diferentes, de acordo com a goma utilizada e com a variação de sua concentração. Os estudos reológicos mostraram que Gal nas mesmas concentrações da GX, apresentou um potencial viscosificante maior. Adicionalmente, os ensaios de filtração resultaram em volumes
de filtrado 28,6% menores nas formulações com Gal quando comparadas àquelas com GX.