A arte rupestre enquanto materialidade é uma importante fonte para o conhecimento e construção da história das sociedades humanas que as elaboraram. Os grafismos deixados sobre rochas representam manifestações culturais realizadas durante práticas sociais e exprimem parte das vivências, pensamentos e crenças de um determinado grupo ou indivíduo. Desde sua descoberta, as preocupações em torno desses registros trouxeram questionamentos persistentes que levaram a diversas interpretações na tentativa de entender qual teria sido a função atribuída pelo indivíduo, ou grupo, que as produziu, seu significado, o material utilizado e/ou as razões pelas quais elas foram feitas. Ao longo dos anos, essas tentativas de entender o que são e os motivos que deram origem a estes grafismos acabaram abrindo margens para diversas interpretações. Tendo em vista as informações que coletamos durante o desenvolvimento desta pesquisa, nos questionamos sobre a possibilidade de traçar alguns aspectos socioculturais e simbólicos do grupo, ou grupos, que esteve, ou estiveram, na região de Castelo do Piauí (PI), mais especificamente os responsáveis pela arte rupestre nos sítios Toca da Estrada da Baixa do Cajueiro, Pedra Furada dos Picos e o Sítio da Estrada Nova. Ao longo deste projeto traçamos uma linha interpretativa onde buscamos refletir sobre os sentidos das manifestações simbólicas humanas, tentando nos aproximar de possíveis explicações para seu conteúdo e/ou intenções. As atividades desenvolvidas contemplam práticas in situ e ex situ que buscam a compreensão do conteúdo da arte rupestre estudada, os contextos arqueológicos dos quais essas fazem parte e o sentido por trás dos dados, como um todo, adquiridos ao longo do processo.