A ocupação do Brasil representou uma remodelação da paisagem já modificada e construída pelas populações indígenas que antes a abrigavam, consequentemente causando impactos na conjuntura territorial. Estes impactos são percebidos principalmente quando se observa o desenvolvimento das estradas durante o período colonial. Muitas dessas estradas consistiam em caminhos indígenas que apresentavam uma noção individual e íntegra de deslocamento que foram alterados para uma noção mais coletiva de transporte e conexões políticas. Através dessa perspectiva, com enfoque do contexto colonial que se estende entre 1750 e 1850 no Piauí, o presente trabalho trata-se de um fragmento dessa história através do estudo dos caminhos antigos remanescentes encontrados nas cidades de Valença do Piauí, Aroazes e Inhuma em uma investigação na cartografia colonial de António Galúzzi em a Carta Geográfica da Capitania do Piauí e suas adjacentes, 1761, assim como o uso de ferramentas de análise espacial como Qgis e GeoTracker na confecção de novos mapas tornou possível relacionar com a prospecção realizada nos locais. Sendo assim, a adoção das abordagens teóricas da Arqueologia Histórica e Arqueologia da Paisagem apresentaram-se relevantes na medida em que se faz possível abranger uma fundamentação voltada para os documentos históricos e cartografia colonial. E dessa maneira contribuir para a narrativa voltada aos vestígios arqueológicos que contam sua versão através da manifestação da paisagem especificamente dos elementos naturais, antrópicos e simbólicos, relevando os efeitos causados pelas camadas de habitação. Desta forma contextualiza o cenário da época e as consequências na dinâmica espacial e cultual piauiense.