PREVALêNCIA E INFLUÊNCIA De POLIMORFISMOs nos genes JAK-1 E RECEPTOR DE VITAMINA d NA MODULAÇÃO DOS SINTOMAS CLÍNICOS DA DENGUE EM POPULAÇÃO DO NORDESTE DO BRASIL
dengue, hospedeiro, polimorfismo
A dengue é a infecção viral transmitida por artrópodes mais prevalente no mundo, endêmica em mais de 100 países da África, América, Leste do Mediterrâneo, Sudeste Asiático e Noroeste do Pacífico. A doença é causada pelo Dengue virus (DENV) pertencente à família Flaviviridae, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. O DENV possui 4 sorotipos que não apresentam proteção cruzada entre si. A dengue pode ser classificada de acordo com sua gravidade: dengue sem sinais de alarme, com sinais de alarme e dengue grave. Vários fatores estão intimamente ligados à gravidade da doença podendo ser relacionados a fatores intrínsecos ao vírus, fatores ambientais, e fatores do hospedeiro. Entender estes fatores é de suma importância para a compreensão do curso da doença. A família de proteína quinase JAK está relacionada a modulação de resposta imune em diversas patologias, como em doenças neoplásicas e na infecção por Dengue virus, relacionadas a via de ativação do IFNα e de outras citocinas. A vitamina D tem um importante papel sobre a capacidade de resposta imune, agindo na regulação de monócitos/macrófagos, estimulando resposta celular, suprimindo a produção de imunoglobulinas e proliferação linfocitária. A variação da expressão dos receptores de superfície celular capazes de reconhecer a vitamina D está diretamente ligada a gravidade da doença por DENV, uma vez que a vitamina D é capaz de modular negativamente TNFα, uma importante citocina pro-inflamatória, e positivamente a citocina anti-inflamatória IL-10. Este presente estudo objetiva avaliar a prevalência dos polimorfismos rs11208534 A/G de JAK1 e rs7975232 A/C de VDR em amostras de pacientes infectados por Dengue virus e amostras controle de voluntários, e analisar a relação entre o genótipo e a sintomatologia apresentada pelo paciente e o grau da infecção. Para isto, até o momento, 1005 amostras foram coletadas de pacientes com sintomatologia suspeita para dengue em centros de saúde da cidade de Parnaíba, Piauí. Destes, 109 já foram confirmados positivos para a doença, onde 107 apresentaram dengue sem sinais de alarme e 2 casos de dengue com sinais de alarme. Dentre as amostras, 26 de pacientes confirmados e 105 de indivíduos do grupo controle tiveram o DNA extraído e genotipado para o polimorfismo JAK 1 rs11208534 A/G, e avaliados de uma possível relação com a doença clínica e susceptibilidade a dengue com sinais de alarme, não apresentando diferença significativa nas frequências caso-controle. Durante as análises de prevalência dos sintomas em indivíduos com alelo G, a análise não apresentou diferença significativas apesar de apresentarem um menor número de sintomas do que homozigotos AA. Para dar prosseguimento ao estudo, faz-se necessário ampliar o número de amostras positivas, a fim de fazer uma comparação significativa entre portadores de DENV e indivíduos controle.