Injúrias que acometem o trato gastrointestinal causadas pelo uso abusivo de álcool induzem um processo inflamatório que resulta em lesões como a gastrite e a úlcera péptica. Produtos naturais, durante anos, são usados pela medicina popular, sendo os polissacarídeos obtidos de plantas ricas em compostos bioativos e com potencial efeito na saúde, alvo de novos estudos que buscam melhorar suas atividades biológicas, dentre as metodologias utilizadas destacam-se as modificações químicas ou estruturais. As modificações químicas surgiram como alternativa de melhorar a solubilidade, aumentar interações moleculares e diminuírem a toxicidade. Sendo a Goma do Angico (GA) e Goma do Cajueiro (GC) compostos promissores para aplicação biotecnológica e uso farmacológico. A utilização de produtos naturais de forma avulsa pode ser perigosa, por isso são necessários estudos que avaliem estes parâmetros. A OECD (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) estimula a utilização de protocolos que avaliem a toxicidade de compostos naturais, para que posteriormente sejam empregados em outros modelos experimentais. O objetivo deste trabalho foi realizar modificação química (carboximetilação) das gomas do angico e cajueiro, bem como avaliar os efeitos desses polissacarídeos modificados, além de avaliar a ação da GAC e GCC na defesa da mucosa gástrica em modelo experimental de lesão gástrica por etanol 50% em camundongos swiss. Animais foram pré-tratados por gavagem, com salina e os polissacarídeos da GA, GC, GAC e GCC na dose de 60mg/kg v.o, 1 hora antes da administração por gavagem de etanol 50% (0,5ml/25g). Depois de 1h, os animais foram eutanasiados e os estômagos abertos para determinação da área da lesão (análise macroscópica). Além disso, fragmentos de tecidos foram removidos para análise microscópica e análises de SOD, GSH e MDA. No FT-IR da GA e GC apresentaram vibrações nas bandas características de caracterização de polissacarídeos. O FT-IR da GAC e GCC mostraram alongamento das bandas nas regiões características de modificação por carboximetilação. Nos testes de toxicidade exploratória aguda a GAC e GCC não induziram nenhuma alteração significativa. A GAC e GCC apresentaram possível efeito gastroprotetor contra a lesão induzida por etanol, observado tanto em nível macroscópico como microscópico. Esses foram evidenciados pela capacidade das mesmas de atuar aumentar os níveis de GSH, SOD. Além de diminuir os níveis de MDA de amostras gástricas de animais submetidos à lesão por etanol. Portanto, sugere-se que a GAC e GCC tenham possivelmente efeitos gastroprotetores nesse modelo de lesão gástrica.