A ansiedade está entre os transtornos de saúde mental de ocorrência mais frequente em todo o mundo. Sua patogênese é considerada complexa, envolvendo interações entre fatores biológicos, ambientais e mecanismos psicológicos. Nos últimos anos, a pesquisa abriu espaço para investigar os mecanismos neurobiológicos envolvidos na ansiedade. O objetivo deste estudo foi delinear se os polimorfismos genéticos modulam os aspectos cognitivos e executivos e os direcionam ao risco de desenvolvimento do transtorno ansiogênico. Participaram 103 sujeitos do sexo masculino com idades entre 19 e 31 anos (média ± DP = 22,33±2,85). O procedimento experimental dividiu-se em três etapas: a primeira consistiu na aplicação do Questionário de Ansiedade de Beck; a segunda na coleta sanguínea, extração, quantificação, armazenamento e amplificação dos polimorfismos genéticos MAOA VNTR, COMT Val158Met e DRD2/ANKK1-Taq1A; e a terceira, na aquisição e análise dos dados eletroencefalográficos. Após análise comportamental, identificamos uma população com nível de ansiedade mínima, podendo ser considerada como saudável. A análise genotípica foi realizada para relacionar os genótipos dos polimorfismos COMT Val158Met e DRD2/ANKK1-Taq1A com os fenótipos obtidos pelo questionário de ansiedade, e se mostraram constantes ao longo da população. Na análise estatística, uma two-way mixed ANOVA foi realizada e observada que não houve interação significativa entre os polimorfismos e a assimetria cortical frontal da banda alfa sobre o score de ansiedade. Uma regressão múltipla foi realizada, e os resultados corroboraram com a análise da two-way mixed ANOVA. Conclui-se com os achados do estudo que não há evidências de relação entre os fenótipos comportamentais, polimorfismos genéticos e a ansiedade, mesmo nos indivíduos em que foram autorrelatados com ansiedade moderada ou severa.