INTRODUÇÃO: A amputação leva a uma deficiência permanente e traz inúmeras mudanças na vida e na função do indivíduo. As principais queixas de pessoas com amputação de membro inferior estão relacionadas com a dificuldade na mobilidade, a falta de independência nas atividades do cotidiano, a necessidade de reintegração à comunidade e diminuição do nível de qualidade de vida. OBJETIVO: Avaliar a força muscular periférica, a força muscular respiratória, a independência funcional e a qualidade de vida de pacientes amputados na fase pré-protética, comparando os esultados entre os dois principais níveis de amputação: transfemoral e transtibial. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo transversal, observacional, descritivo, que avaliou a força muscular periférica por meio da dinamometria, através da manovacuometria avaliou-se a força muscular respiratória. A independência funcional e a qualidade de vida foram avaliados por meio dos respectivos questionários: medida de independência funcional (MIF) e EQ-5D. RESULTADOS: Quando avaliadas as forças musculares respiratórias, tanto a PiMax quanto a PeMax (% do predito) não apresentaram diferenças estatisticamente significativas (p = 0,3540 e p = 0,2695, respectivamente). Na avaliação da força muscular periférica, os resultados de dinamometria mostraram uma diferença estatisticamente significativa na flexão do otovelo direito, com valores médios maiores no grupo transfemoral (16,74 ± 4,29 kg) em comparação ao transtibial (12,27 ± 5,05 kg; p = 0,0251). Já a qualidade de vida, avaliada pelo EuroQol, mostrou-se ligeiramente maior no grupo transfemoral (0,59 ± 0,09) em comparação ao transtibial (0,56 ± 0,12), mas essa diferença não foi estatisticamente significativa (p = 0,5293). E a avaliação da independência funcional, medida através de indicadores como a pontuação no EuroQol (EuroQoL-5D), também não apresentou diferenças significativas entre os grupos (p = 0,5293). CONCLUSÃO: A análise das variáveis de força muscular periférica, força muscular respiratória, independência funcional e qualidade de vida revelou que os pacientes com amputação transfemoral apresentaram maiores limitações em várias dimensões, especialmente em relação à mobilidade e à capacidade de realizar atividades diárias de forma independente. Esses achados ressaltam o impacto da perda do joelho, que contribui para um comprometimento funcional mais significativo, refletindo-se também em uma percepção reduzida de qualidade de vida.