Introdução: Migrânea é uma doença neurológica crônica e progressiva, correspondendo à segunda causa de incapacidade no mundo e à primeira em pacientes com menos de 50 anos. Ela afeta a qualidade de vida dos pacientes e prejudica o trabalho, as atividades sociais e a vida familiar, especialmente as mulheres que são as mais acometidas. Objetivos: Este estudo tem como objetivo mensurar a qualidade de vida em mulheres diagnosticadas com migrânea crônica, pré e pós-tratamento. Pacientes e Métodos: Este foi um estudo prospectivo, observacional, descritivo, de coorte transversal e com comparação de grupos para mensurar o grau de incapacidade na qualidade de vida de mulheres com migrânea crônica pré e pós-tratamento, no período de março de 2023 a fevereiro de 2024. Mulheres entre 18 e 50 anos foram diagnosticadas com migrânea crônica, de acordo com os critérios diagnósticos da International Classification of Headache Disorders – Third Edition (ICHD-3). Durante a avaliação inicial e após três meses de tratamento preventivo, foram aplicados os questionários Migraine Disability Assessment Test (MIDAS), Headache Impact Test-6 (HIT-6) e Headache Disability Index (HDI) para avaliar a qualidade de vida. Resultados: Foram 240 mulheres diagnosticadas com migrânea crônica. A idade variou de 18 a 50 anos, com uma média de idade de 37,4±7,6 anos. A latência até o diagnóstico foi de 18,9 ± 11,7 anos. O tempo com cefaleia >15 dias/mês foi 5,3±3,6 anos. A intensidade da dor foi de moderada a severa em 97,5% das pacientes. Houve redução dos ataques de cefaleia ≥50% após 3 meses em 68,3% das pacientes. Os instrumentos de avaliação demonstraram os seguintes escores pré e pós-tratamento, respectivamente: MIDAS: 22,2±4,8 e 8,6±2,6 (p<0,0001); HIT-6: 57,8±7,3 e 31,9±7,2 (p<0,0001); e HDI: 59,9±7,9 e 20,1±6,6 (p<0,0001). Conclusões: Devido à gravidade dos ataques de cefaleia, a QV de mulheres com migrânea crônica é prejudicada nos aspectos pessoais, profissionais e sociais. Contudo, há melhora dessa QV com um tratamento preventivo eficaz.