Introdução: O assoalho pélvico é composto por músculos, ligamentos, tendões e fáscias que sustentam os órgãos internos, o útero durante a gestação, auxiliam na ação dos esfíncteres e da sexualidade. A integridade desses músculos é essencial para suas funções e pode ser analisada por diversos dispositivos. A eletromiografia de superfície (EMG) é uma ferramenta amplamente usada na fisioterapia, reabilitação e pesquisa para avaliar a funcionalidade muscular. Sua aplicação destaca-se na análise da atividade muscular em condições fisiológicas e patológicas, incluindo o assoalho pélvico. A EM verifica a atividade bioelétrica das fibras musculares, não a força muscular. Objetivo: analisar a relação entre a força muscular e as medidas resultantes da avaliação da área, espessura e mobilidade dos músculos do assoalho pélvico por meio da eletromiografia de superfície. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, analítico, envolvendo 45 jovens adultos saudáveis (12 homens e 33 mulheres), avaliados por eletromiografia de superfície e testes de força muscular. Foram analisadas medidas de área e espessura dos MAP em contração, além de correlações com idade, Índice de Massa Corporal (IMC), potência e Endurance. Testes estatísticos apropriados foram usados (média, desvio padrão, mediana e intervalo interquartis, além de teste t para amostras independentes, correlação de Pearson, teste de Mann-Whitney, teste de hipótese e intervalo de confiança de 95%), considerando p<0, 05. Resultados: O presente estudo incluiu uma amostra composta por homens e mulheres, totalizando 45 participantes. O grupo masculino foi formado por 12 voluntários, com média de idade de 23 anos, peso médio de 71,52 kg e altura média de 1,76 m. O Índice de Massa Corporal (IMC) médio calculado para os homens foi de 23,1 kg/m2, classificando-os dentro da faixa considerada normal segundo os critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS). Por outro lado, o grupo feminino foi composto por 33 participantes, com
média de idade de 22,7 anos, peso médio de 67,4 kg e altura média de 1,62 m. O IMC médio entre as mulheres foi de 25,6 kg/m2, valor que se enquadra na categoria de sobrepeso. Esses dados fornecem uma caracterização inicial da amostra, evidenciando diferenças antropométricas entre os gêneros e servindo como base para análises subsequentes. Conclusão: Os resultados deste estudo evidenciaram diferenças eletromiográficas significativas entre os gêneros, refletindo características distintas na atividade muscular do assoalho pélvico em jovens adultos saudáveis. Além disso, foi identificada uma correlação moderada entre a força muscular e as medidas eletromiográficas dos músculos do assoalho pélvico. Esses achados reforçam a relevância da EMG como ferramenta complementar na análise funcional do assoalho pélvico, contribuindo para um melhor entendimento das relações entre atividade bioelétrica e força muscular. Tais evidências podem subsidiar intervenções específicas em fisioterapia e ampliar o conhecimento sobre diferenças fisiológicas entre os gêneros, auxiliando no desenvolvimento de abordagens terapêuticas personalizadas.