A adolescência configura um período crítico de intensas transformações físicas, psicossociais e de construção da identidade, no qual a sexualidade emerge como um componente central do desenvolvimento humano. No contexto brasileiro, a educação em saúde sexual adequada enfrenta desafios impostos por inconsistências legais, barreiras socioculturais e pela persistência de estereótipos de gênero que limitam o acesso a informações precisas e aumentam as vulnerabilidades dos jovens. OBJETIVO: Desenvolver uma tecnologia educativa para adolescentes, centrada na educação em saúde sexual para o gênero feminino.METODOLOGIA: O estudo caracteriza-se como pesquisa metodológica de natureza exploratória, com abordagem quantitativa, visando desenvolver uma tecnologia educativa em saúde sexual para adolescentes. Foi realizado no Colégio Técnico de Teresina da UFPI, em Teresina-PI, envolvendo 40 adolescentes do sexo feminino, com idade entre 14 e 18 anos. A metodologia foi estruturada em três etapas: revisão da literatura, estudo exploratório com aplicação de questionários e entrevistas, e construção da cartilha educativa. A análise dos dados foi quantitativa, identificando temas geradores que orientaram o conteúdo da cartilha.RESULTADOS E DISCUSSÃO: A maioria das participantes se identificou como gênero feminino e heterossexual, com idades entre 14 e 18 anos, refletindo diversidade étnica e escolar. As famílias foram apontadas como principal fonte de orientação, enquanto o acesso a serviços de saúde e educação formal ainda é limitado. As adolescentes demonstraram conhecimento sobre métodos contraceptivos e ISTs, embora o uso correto nem sempre ocorra. O entendimento sobre consentimento e relacionamentos abusivos é parcial, evidenciando necessidade de ações educativas práticas. A cartilha “Meu corpo, decisão minha” foi elaborada para promover autonomia, orientação sobre sexualidade, prevenção de ISTs e gravidez precoce, além de combater preconceitos e mitos. CONCLUSÃO: A pesquisa revela que a maioria das participantes possui conhecimento sobre saúde sexual, mas ainda existem lacunas e percepções equivocadas. Esses dados ressaltam a importância de uma educação em saúde sexual mais direcionada, que aborde de forma clara as dúvidas e riscos identificados. A cartilha desenvolvida oferece uma ferramenta educativa adaptada às suas realidades. Futuras etapas de validação e avaliação de efetividade são necessárias para assegurar sua ampla implementação.