Introdução: A adolescência é uma fase vulnerável em termos nutricionais por sua maior demanda de nutrientes, necessária para garantir o crescimento e desenvolvimento característicos dessa fase bem como por mudanças no estilo de vida, decorrentes da maior autonomia e do processo de transição nutricional que acabam afetando a ingestão adequada de nutrientes. A escola, por sua vez, exerce um papel de destaque na formação de hábitos alimentares saudáveis, uma vez que adolescentes permanecem, em média, de cinco a seis horas por dia na escola e realizam pelo menos uma refeição junto aos colegas. Objetivo: Avaliar o estado nutricional e verificar a adequação do consumo alimentar de adolescentes atendidos pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar, bem como suas possíveis relações. Métodos: Estudo analítico, realizado no IFMA Campus Codó, com 220 alunos do ensino médio regular, pertencentes à faixa etária de 14 a 19 anos, selecionados por amostragem aleatória estratificada por sexo. Foram coletados dados sociodemográficos, antropométricos/estado nutricional, de consumo alimentar e rendimento escolar. Para as análises intragrupo foram utilizados os testes de McNemar, Homogeneidade Marginal e teste T de Student para dados pareados (ou Wilcoxon). Para as análises intergrupo utilizou-se o teste Qui-Quadrado de Pearson e Exato de Fisher. Em todas as análises foi adotado nível de significância de 5%. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí sob parecer n° 3.130.999/2019. Resultados: O sexo feminino representou 56,8% do total da amostra e a idade média entre os pesquisados foi 15,97 anos. Entre a 1ª e 2ª avaliação observou-se um aumento significativo nas medidas correspondentes ao peso (Z=-2,653; p=0,008; r=0,18), altura (Z=-8,300; p<0,001; r=0,56), circunferência de pescoço (Z=-6,394; p<0,001; r=0,43), circunferência de cintura (Z=-3,394; p=0,001; r=0,23), circunferência de quadril (Z=-6,168; p<0,001; r=0,42) e dobra cutânea da panturrilha medial (Z=-3,584; p<0,001; r=0,24). Em relação ao consumo escolar, os cardápios apresentaram boa aceitabilidade (94,59%) entre os adolescentes. Quanto aos nutrientes analisados nos cardápios, o mineral cálcio foi o que apresentou menor média percentual de adequação (11,00%), enquanto o mineral zinco apresentou a maior média percentual de adequação (113,51%). O consumo total de fibras alimentares e micronutrientes vitamina A, cálcio e magnésio esteve aquém do recomendado para ambos os sexos. Conclusão: O estudo evidenciou ganhos nas medidas antropométricas e na avaliação do estado nutricional. O consumo alimentar total evidenciou a necessidade de ajustes tanto em âmbito escolar, quanto domiciliar, uma vez que se apresenta desfavorável para a promoção e manutenção do estado nutricional saudável.