Introdução: Experiências sexuais estão acontecendo cada vez mais precocemente. Estudar os fatores associados à iniciação sexual é uma forma de subsidiar políticas públicas voltadas à saúde sexual e reprodutiva de adolescentes. Objetivo: Analisar a iniciação sexual de adolescentes escolares do estado do Piauí. Métodos: Estudo transversal, quantitativo, com dados secundários da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar de 2015, com amostra representativa para estudantes do Piauí e composta por alunos do 9º ano do ensino fundamental. Aplicou-se formulário com perguntas sobre características sociodemográficas, saúde sexual e reprodutiva, comportamentos de risco à saúde, comportamentos agressivos e histórico de violência, saúde mental e bullying, serviços de saúde e autoimagem corporal. As variáveis independentes foram analisadas de maneira hierarquizada e sua associação com a iniciação sexual foi avaliada pela regressão robusta de Poisson, com cálculo da razão de prevalência ajustada (RPaj) e intervalos de confiança de 95% (IC95%). O estudo não necessitou de apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa por utilizar dados secundários. Resultados: Foram avaliados 3.872 adolescentes, com prevalência de iniciação sexual de 24,2%. Os fatores associados à iniciação sexual foram ser do sexo masculino (RPaj=2,03; IC95% 1,80-2,28), fazer uso de álcool (RPaj=2,35; IC95% 2,05-2,70), ter 17 anos ou mais (RPaj=1,82; IC95% 1,58-2,09), trabalhar (RPaj=1,51; IC95% 1,32-1,72), ser estudante de escola pública (RPaj=1,48; IC95%1,27-1,72), fazer uso de cigarro (RPaj=1,42; IC95%1,25-1,62), fazer uso de drogas ilícitas (RPaj=1,38; IC95% 1,18-1,62), ter recebido orientação sobre preservativo (RPaj=1,20; IC95% 1,06-1,35) e praticar bullying (RPaj=1,18; IC95% 1,04 -1,34). Conclusões: A prevalência de iniciação sexual foi alta e associada a características sociodemográficas, orientações recebidas nas escolas, comportamentos de risco à saúde e características de interação social. Nesse sentido, programas de educação sexual devem ser implementados desde o início da adolescência como forma de promover comportamentos sexuais saudáveis.