Introdução: A imunização está entre as estratégias de saúde públicas mais eficazes para o controle das doenças imunopreveníveis. No contexto das crianças menores de um ano, diversos motivos podem proporcionar uma baixa Cobertura Vacinal (CV) entre essa população, tais como a necessidade de conscientização à população, dos pais ou responsáveis oferecerem cuidados, e motivos intrínsecos como a forma de organização do sistema de saúde. Objetivo: Analisar a tendência temporal da cobertura vacinal no primeiro ano de vida nas macrorregiões de saúde do Piauí entre o período de 2000 e 2021. Métodos: Estudo analítico de séries temporais, com abordagem quantitativa, que utilizou dados secundários sobre as CV dos imunobiológicos ofertados para o primeiro ano de vida, extraídos do Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) no período de 2000 a 2021, nas macrorregiões do Piauí. Foram analisadas as vacinas da BCG, hepatite B, pentavalente, poliomielite, rotavírus, pneumocócica 10, meningocócica C e febre amarela. Os dados coletados foram inseridos e tabulados no Software Microsoft Office Excel® (2019). Posteriormente foram importados para o Software Joinpoint Regression Program®, versão 5.0, onde foi analisada a tendência das taxas de CV, e a Variação Percentual Anual (VPA), foi considerado o nível de significância de 5% (p<0,05) e o Intervalo de Confiança de 95% (IC95%). Resultados: Os resultados evidenciaram que dentre os oito imunizantes disponíveis no Calendário Nacional de Vacinação para menores de um ano, todos apresentaram redução na CV nas quatro macrorregiões de saúde do Piauí. As taxas de cobertura das vacinas Hepatite B e Pneumocócica-10 mantiveram estabilidade na série temporal analisada para todas as macrorregiões do estado (p>0,05). Enquanto as vacinas poliomielite (VIP) e meningocócica C foram decrescentes (VPA<0,0 e p<0,05) em todas as regiões. A CV para a vacina BCG foi estatisticamente decrescente em três das quatro macrorregiões: Litoral (VPA= -3,3%); Meio Norte (VPA= -1,4); e Semiárido (VPA= -1,6%). As VPA da CV para pentavalente (VPA= -3,8%), rotavírus (VPA= -1,1) e febre amarela (VPA= -1,0) foram decrescentes apenas na macrorregião do Meio-Norte. Conclusão: Houve diminuição consistente nas taxas de CV, com nenhuma das vacinas apresentando tendência para crescimento nas macrorregiões de saúde do Piauí. Desta forma, evidencia-se a necessidade da elaboração e implantação de políticas públicas específicas para as quatro macrorregiões de saúde, a fim de contemplar todo o estado e reverter as tendências estacionárias e decrescente das vacinas.