O microcrédito piauiense, teve início na década de 90, em meio a um cenário
econômico, castigado pela escassez de programas sociais de incentivo a geração de
renda, altos índices inflacionários e de pobreza. Na época, o Piauí apresentava-se como
o pior índice de desenvolvimento humano (IDH) entre os estados brasileiros. Diante
deste contexto, o Centro de Apoio aos Pequenos Empreendimentos (CEAPE-PI),
inovou no estado, com a a implantação do Microcrédito Orientado Produtivo (MOP),
cuja finalidade era promover o acesso ao crédito e a orientação gerencial, direcionados
aos empreendedores de baixa renda. O produto MOP, no âmbito da gestão pública, se
tornou uma ferramenta estratégica nas políticas públicas de distribuição de renda,
implementadas nos governos do início do século XXI no Brasil, e compõe o Programa
Nacional de Microcrédito Orientado e Produtivo (PNMOP) conforme a Lei nº
11.110/05. Com o avanço dos incentivos governamentais neste setor, é cada vez mais
necessário o conhecimento sobre as estratégias de gestão e sobre as metodologias de
implementação destas novas tecnologias sociais, para que possam ser reproduzidas,
iniciativas que reforcem a autonomia do empreendedor, o incentivo a geração e
trabalho, e o fortalecimento destas políticas públicas. Diante da importância do setor
para a economia, ainda são mínimos os estudos científicos sobre a tecnologia do
microcrédito e seu impacto no desenvolvimento socioeconômico dos empreendedores
piauienses. A presente pesquisa, de natureza exploratória e quantitativa, objetiva
analisar e explicar, a relação entre os construtos da tecnologia de atendimento, a
importância dos componentes do capital social nos grupos solidários, com o valor
percebido deste serviço, como elementos influenciadores no desenvolvimento
socioeconômico dos empreendedores, no período de 2002 a 2019, na cidade de
Teresina-PI.