A transparência confere aos cidadãos a capacidade de verificar as ações da Administração Pública procurando compreender como são utilizados os recursos públicos e até mesmo o comportamento dos agentes públicos em relação às decisões que afetam a sociedade. A assimetria de informações é a característica principal do relacionamento baseado na Teoria de Agência, na qual a sociedade (principal) delega aos agentes (corpo político e burocrático) a função da administração estatal. Nessa perspectiva, este trabalho tem como objetivo investigar a influência dos determinantes socioeconômicos sobre o nível de transparência no contexto dos municípios do estado do Piauí à luz da Teoria da Agência. A investigação sobre os determinantes da transparência municipal tem avançado nos últimos anos, no entanto, não são notados estudos focados no contexto de entes municipais com menos de 10.000 habitantes, pois a legislação os dispensa da divulgação compulsória na internet de informações relativas à transparência do gasto público, como é o caso de alguns municípios no estado do Piauí. Para tanto, através da aplicação do modelo de Regressão Tobit, foi utilizado o Índice Nacional de Transparência (INT) como variável dependente e o Índice Firjan de Transparência Municipal (IFTM), a população, o índice de desenvolvimento humano da educação, o PIB per capita, o Índice de Gini e a localização dos municípios como variáveis independentes. Foram obtidos indícios empíricos de que as dimensões de autonomia, gastos com pessoal e liquidez relacionam-se positivamente à transparência (medida pelo IFTM). Notou-se, ainda, que os Índices de Desenvolvimento Humano da Educação (IDH-E) e o Índice de Gini impactaram positivamente a transparência no contexto dos municípios no estado do Piauí.