Esta pesquisa tem como objetivo mobilizar questões étnico-raciais e de gênero no Ensino de Filosofia nas escolas de Ensino Médio a partir de bell hooks (1952 – 2021). Nessa linha, questiona-se: como mobilizar as questões étnico-raciais e de gênero no Ensino de Filosofia nas escolas de Ensino Médio a partir de bell hooks? A pesquisa parte da compreensão de que as aulas de Filosofia podem criar espaços e situações de aprendizagem onde educadoras e educandos são agentes engajados politicamente na transformação social. Para hooks, todo aprendizado é um esforço de desconstrução da pedagogia tradicional e reconhecimento das relações sociais, raciais e culturais na sala de aula. Nesse sentido, partindo de fundamentos teóricos críticos da colonialidade e seus sistemas de ensino, este trabalho reflete sobre a prática pedagógica na aula de Filosofia feita a partir de intervenções que transformam olhares e representações dos sujeitos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de tipo descritivo tendo como instrumento de constituição de dados a produção audiovisual. Por meio de um roteiro processual, os alunos trabalham em equipe desenvolvendo habilidades sociais ligadas ao pensamento crítico em uma comunidade pedagógica, produzindo material audiovisual sobre questões da própria realidade vivida para uma “Mostra de Curtas”. As produções audiovisuais resultam de pesquisas sobre raça e gênero, de modo interseccional, promovendo a transformação do olhar e a sensibilidade estética e política capazes de transgredir os limites de estereótipos, levando-os a recriar suas realidades num movimento de libertação.