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Banca de DEFESA: GIZELLY DE CASTRO LOPES

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: GIZELLY DE CASTRO LOPES
DATA: 17/06/2024
HORA: 14:00
LOCAL: Online/Remoto - Google Meet + UFDPar - Sala 269
TÍTULO: Entre as linhas da vida e a arte da pesca: Cartografia de processos de subjetivação e corpovivências das mulheres marisqueiras.
PALAVRAS-CHAVES: Marisqueiras; Pesca artesanal; Luta e Resistência; Processos de subjetivação.
PÁGINAS: 115
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
RESUMO:

Introdução: O presente estudo percorre por entre linhas que se entrelaçam na linha da vida, da pesca artesanal e do crochê, que tecem modos de vida das mulheres pescadoras artesanais/marisqueiras. As comunidades tradicionais de pesca e mariscagem, historicamente, tiveram e têm seus modos de vida e existência negligenciados pelo Estado e ameaçados pelos grandes empreendimentos econômicos que invadem e exploram seus territórios e suas águas, impossibilitando o livre acesso às áreas tradicionais e interferindo na dinâmica das vidas humanas, não humanas e mais que humanas. Nos últimos anos, com o avanço global do capitalismo, intensificaram-se os conflitos ambientais e as políticas de morte contra as comunidades tradicionais, corroborados pela flexibilização das leis ambientais e trabalhistas (Félix-Silva, Oliveira, Bezerra, 2021). Diante desse cenário, historicamente, existe um movimento de luta e resistência contra as políticas de desenvolvimento em detrimento da vida, cultura e trabalho das comunidades tradicionais pesqueiras. A frente dessas lutas, destacam-se as mulheres que criaram, em 2005, a Articulação Nacional das Pescadoras Artesanais (ANP) e impulsionaram, ao lado dos homens, o surgimento do Movimento de Pescadores e Pescadores Artesanais (MPP), em 2010. São as mulheres que protagonizam a participação junto ao Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP) e formam lideranças em movimentos sociais pesqueiros contra as diferentes formas de violências enfrentadas por pescadoras e pescadores artesanais e em defesa dos territórios tradicionais pesqueiros, além de lutar em prol dos direitos trabalhistas e previdenciários, reconhecimento das doenças ocupacionais e da valorização das mulheres na pesca artesanal (Félix-Silva et al., 2021). Nestas linhas, realizamos diálogos com Suely Rolnik, Silva Federici, Maria Lugones, Margareth Rago, Judith Butler, Michel Foucault, Gilles Deleuze, Félix Guattari e outros autores e autoras para acompanhar as corpovivências e os processos de subjetivação das mulheres das águas que estão emaranhados por múltiplas linhas e marcados por lógicas de sujeição que coexistem com modos de resistência. Temos, neste estudo, como Objetivo: Geral cartografar processos de subjetivação e corpovivências de mulheres marisqueiras. E específicos: a) acompanhar as múltiplas linhas da vida das mulheres das águas a partir da sua relação com a arte, a vida e o trabalho artesanal da pesca; b) mapear as narrativas das marisqueiras acerca de seus modos de viver da pesca artesanal; e c) analisar processos de subjetivação, sujeição e resistência das catadoras de marisco. Método: Trata-se de uma cartografia de processos de subjetivação e corpovivências, que nos permite acompanhar os movimentos das mulheres marisqueiras no território e os processos de subjetivação articulados à arte e ao trabalho extrativista da pesca artesanal, reconhecendo e analisando os atravessamentos de gênero, raça e classe. Esta cartografia foi realizada com 17 marisqueiras da Ilha Grande - Piauí, a partir de seis encontros virtuais pela plataforma Google Meet e nove encontros presenciais, entre 14 de maio de 2021 e 08 de junho de 2023, perfazendo um total de 15 encontros. Para acompanhar os processos de subjetivação e mapear as corpovivências das mulheres marisqueiras, por meio da oralidade, foram utilizados, nos encontros remotos, objetos relacionais da arte, ora confeccionados pelas marisqueiras, ora selecionados pelos pesquisadores a partir de temas geradores extraídos do território tradicional pesqueiro, bem como participamos de encontros presenciais realizados pelo núcleo de estudo e pesquisa Tenda de Artes e Educação em Saúde (TeArES), ANP e MPP. As narrativas das mulheres foram gravadas, transcritas e registradas nos diários cartográficos. Para a análise dos processos de subjetivação que emergiram das linhas de pesca e das corpovivências cartografadas, recorremos às concepções de subjetividade e processos de subjetivação da esquizonálise e a conceitos de autoras e autores que pensam a produção de subjetividade colonial-capitalística na contemporaneidade. Os resultados mostram: Na Ilha Grande, as marisqueiras compõem e assumem cargo de direção na Associação de Catadores de Marisco da Ilha Grande, proporcionando discussões sobre a mariscagem, compartilham com a comunidade sobre a vida nas águas, cuidam de si e dos outros, além de lutar pela preservação do meio ambiente em torno da reprodução dos bens comuns: vida, educação, culinária, agricultura familiar, trabalho artesanal da pesca e território das águas. As corpovivências narradas pelas marisqueiras apontam a percepção de si no âmbito da pesca, nas tarefas domésticas, no cuidado com membros da família e com a comunidade; multiplicidade do corpo-território, sobrecarga de trabalho ao desenvolver várias funções ao mesmo tempo durante a mariscagem, além de sua presença na confecção dos materiais para pesca, no manuseio, no preparo e na venda dos seus produtos. Percebemos a determinação e coragem no enfrentamento dos desafios no território das águas, por outro lado, demostram preocupação com atenção à saúde, uma vez que os serviços especializados são distantes do território e não contemplam as demandas das mulheres das águas. Apontam a confiabilidade na união entre elas para manutenção da vida, minimização dos conflitos e fortalecimento da comunidade, e apesar dos desafios que comunidades tradicionais pesqueiras estão vulneráveis, mantêm viva as práticas tradicionais e o cuidado de si para garantir o cuidado do mundo.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - ANA KALLINY DE SOUSA SEVERO - UFRN
Presidente - 2231565 - ANTONIO VLADIMIR FELIX DA SILVA
Interno - 578.523.913-20 - MARCOS RIBEIRO MESQUITA - UFAL
Notícia cadastrada em: 03/06/2024 08:00
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