INTRODUÇÃO: A infecção pelo papilomavírus humano (HPV) é uma das infecções sexualmente transmissíveis mais frequentes em todo o mundo. Afeta principalmente mulheres jovens e sexualmente ativa. Embora apenas a infecção genital por HPV não se apresente, a princípio, como uma ameaça a vida, é fator de grande relevância, uma vez que pode acarretar problemas emocionais, físicos e sociais para a mesma. OBJETIVO: Comparar a função sexual e a atitude em relação à sexualidade em mulheres diagnosticadas com infecção pelo HPV com controles saudáveis. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo do tipo transversal, observacional e analítico realizado no ambulatório da Unidade de Atendimento à Saúde da Mulher de um hospital de ensino universitário, no período de fevereiro a outubro de 2019. Foi analisada uma amostra de 101 pacientes, que foram divididas em 02 grupos: GRUPO 1- mulheres com diagnóstico de infecção por HPV (n=44); GRUPO 2- mulheres saudáveis (n=65). Os dados foram coletados, através de questionário autoaplicável, subdividido em duas partes: dados gerais (clínicos, sociodemográficos, econômicos e hábitos de vida) e Índice de Função Sexual- IFSF. A aplicação do formulário foi guiada por um procedimento operacional padrão (POP). Os dados foram submetidos a processo de digitação, utilizando-se planilhas do aplicativo Microsoft Excel e posteriormente exportados e analisados no software R versão 3.6.3. RESULTADOS: Observou-se que a maioria das participantes do estudo eram jovens, com média entre 29-34 anos de idade, com parceria fixa, ensino médio completo e que se autodeclaravam negras, provenientes principalmente da zona urbana de Teresina. Observou-se a existência de associação entre a percepção do relacionamento conjugal e a presença de disfunção sexual (p<0,001), mas que não houve associação estatisticamente significante entre os grupos e a presença de disfunção sexual (valor-p=0,112). Houve alterações em todos os domínios da resposta sexual feminina dos dois grupos, mas com diferença estatisticamente significante apenas para o domínio do orgasmo para as mulheres com infecção pelo HPV (p=0,002). CONCLUSÃO: A chance de uma mulher portadora da infecção pelo HPV ter disfunção sexual não difere da chance de uma paciente sem a infeção. Sendo assim, o diagnóstico de HPV pode interferir negativamente na qualidade de vida sexual das mulheres, porém não é o único fator que pode influenciar