Introdução: A tomografia computadorizada torácica é um método de
imagem disponível e não invasivo para detecção e monitoramento da pneumonia causada
pela COVID-19. Este estudo se propõe a avaliar a prevalência dos achados de imagem em
tomografias torácicas de pacientes internados para tratamento de pneumonia por COVID-19 e
identificar alterações associadas a maior chance de óbito. Métodos: A partir de um estudo
observacional, retrospectivo, conduzido no Hospital São Marcos em Teresina-Piauí, através
de dados contidos em prontuários eletrônicos, foram analisados 295 adultos internados por
COVID-19 no período de 01 de março a 31 de Maio de 2021. Inicialmente, foram analisadas
características clínico-demográficas e comorbidades dos participantes. Em seguida, realizou-
se a revisão das tomografias torácicas durante a internação, as quais foram estratificadas de
acordo com o número de dias de ínicio de sintomas e por fim, comparou-se os achados
encontrados entre os grupos de sobreviventes e não sobreviventes. Resultados: Houve
diferença com significado estatístico, com idade mediana superior no grupo que foi a óbito, e
comorbidades como diabetes mellitus e doença caradiovascular foram mais prevalentes nesse
mesmo grupo. Foram analisadas 371 tomografias, das quais 14,8 % foram consideradas
normais, sendo 66% em pacientes com menos de 7 dias de sintomas. As demais
apresentaram as lesões pulmonares típicas de COVID-19, com predomínio de opacidades em
vidro fosco, com distribuição periférica e bilateral, independente do desfecho. Algumas
alterações como consolidações alveolares, lesões mistas ( alveolares e em “vidro fosco”),
espessamento de septos interlobulares, “pavimentação em mosaico” e bronquiectasias de
tração tiveram associação com desfecho de fatalidade, assim como lesões extensas e com
maior porcentagem de acometimento pulmonar, também foram fatores estatisticamente
relevantes, destacando-se aumento de chance de óbito de 15 vezes quando encontrado
acometimento pulmonar superior a 75% (OR 15,45; IC 95% e p < 0,01). Conclusão: A presença de algumas alterações tomográficas, assim, como a extensão do acometimento
parenquimatoso pulmonar podem predizer o desfecho de fatalidade durante a internação
hospitalar por COVID-19.