Estudos sugerem que a eficiência das crias está diretamente relacionada com a alimentação à que as matrizes são submetidas no período gestacional, podendo influenciar em características especificas desejadas nos produtos. Objetivou-se avaliar a influência da nutrição fetal como ferramenta biotecnológica potencializadora para sustentabilidade da produção de bovinos no nordeste do Brasil. O estudo foi dividido em duas fases, a fase I de suplementação das matrizes, e a fase II de cria dos bezerros. Na fase I, foram utilizadas 20 vacas Nelore de terceira ordem de parição com prenhez confirmada a partir de inseminação artificial em tempo fixo (IATF) e teve início quando as vacas chegaram no terço médio de gestação, sendo finalizado após o nascimento das crias, considerando-se a suplementação por um período de 90 dias. As vacas foram divididas em dois grupos com 10 animais, representados pelos tratamentos: CS = Vacas com suplementação concentrada; SS = Vacas sem suplementação concentrada. O suplemento foi formulado com 40% de PB e 78% de NDT, sendo fornecido na proporção de 0,5 kg/animal/dia, visando manutenção do escore de condição corporal (ECC) entre 5 e 6. A Fase II correspondeu à fase de cria dos bezerros, sendo composta pelas matrizes e suas crias, teve início após o nascimento dos bezerros e foi finalizada 240 dias após nascimento. A análise dos dados foi realizada estatisticamente por análise de variância utilizando o Teste F a 0,05 de significância, no delineamento inteiramente casualizado, com o auxílio do programa computacional estatístico SAEG (Sistema para Análises Estatísticas, versão 9.0). Não houve efeito da suplementação no terço médio de gestação no consumo e digestibilidade das crias de mães suplementadas. As variáveis GMDc e EAc apresentaram efeito (P<0,05). Dentre as variáveis de qualidade do leite a PROT e CAS foram influênciadas significativammete (P<0,05). Dentre as variáveis econômicas o CTV, CTA, TIR, CV, COE, COT, CT, COE:RB e ALI:COE tiveram diferença (P<0,05). Não houve efeito (P>0,05) da suplementação proteica no terço médio de gestação sobre o comportamento ingestivo das crias. Os períodos discretos e aspectos ruminação não apresentaram diferença (P>0,05), já a TxB e NBD dentre os aspectos de bocado foram estatisticamente diferentes (P<0,05). A suplementação proteica no terço médio de gestação influenciou no desempenho das crias, alem de garantir um melhor peso corporal das matrizes na fase de cria. Apesar dos lucros viabilizarem o sistema produtivo, não encontrou diferença na avaliação econômica. O comportamento ingestivo das crias não foi influenciado, com exceção dos aspectos de bocado.