PARATOPIA: O PERCURSO DE TRANSMUTAÇÃO DO PARASITA EM SUJEITO NIILISTA ATRAVÉS DO ETHOS EM MEMÓRIAS DO SUBSOLO
Paratopia. Niilismo. Ethos. Sujeito. Parasita.
Este trabalho pretende explicar como o sujeito niilista inserido no lugar discurso literário Memórias do subsolo, de Dostoiévski legitima desse lugar a defesa da ideologia niilista. Maingueneau (2001) desenvolve a categoria Paratopia para tratar da relação inclusão/exclusão em que um sujeito toma a palavra enquanto locutor de um texto que pertence aos discursos que o constituem e prega que nos processos de formação de um discurso, a negociação entre o lugar e o não lugar provoca uma localização não física parasitária. ‘Paratopicamente’ os sujeitos, mesmo encenando papéis semelhantes àqueles já realizados nunca os repetem, conforme Maingueneau (2014). Como subsí ;dios metodológicos esta análise traz as noções de espaço e pessoa que dão contribuições importantes à delimitação da apropriação do sujeito pela linguagem na construção do discurso. Para esta proposta foram selecionados 24 trechos considerados sequências discursivas, analisados sequencialmente à apresentação dos pressupostos teóricos, do corpus Memórias do subsolo, materialidade discursiva, ou embreagem paratópica necessária à comprovação das enunciações niilistas do sujeito. A hipótese levantada é a de que a análise poderá identificar o sujeito enquanto ocupante de uma posição tópica em que seu discurso é aceitável no espaço que permite que o dizer seja dito, ganhando força pelo lugar de onde o suje ito sai e instaurando-se no âmbito sócio-histórico em que propaga a si próprio, conforme Maingueneau (2014). Desta forma pretende-se evidenciar que o sujeito vive de seu parasitado, o discurso literário, buscando nele os elementos necessários para fazer emanarem seus posicionamentos, suas convicções.