O presente estudo buscará mostrar de que forma são observadas narrativas de violência em K-relato de uma busca e o confronto com a dor em Os Visitantes, do escritor paulistano Bernardo Kucinski. O objetivo geral da pesquisa é expor de que maneira as narrativas de violência, tanto física quanto psicológica, são representadas nas obras citadas. K-relato de uma busca versa sobre a procura de um pai pela filha dada como “desaparecida” durante o regime militar estabelecido no Brasil durante os anos de 1964 a 1985. A filha, no caso, é Ana Rosa Kucinski, irmã do autor, mas apesar de muitos nomes não ficcionais, desde seu prólogo Kucinski deixa claro que tudo é ficcional, ainda que algumas situações mostradas no livro realmente tenham supostamente acontecido. Já em Os Visitantes, tem-se um encontro entre alguns dos leitores e personagens de K e o autor ficcional da obra, fazendo-o refletir sobre a recepção da mesma, em uma espécie de autoanálise sobre episódios que foram descritos, suscitando novas lembranças surgidas após o livro ter sido publicado. Procurando responder a questionamentos como; de que forma o luto e a dor são retratadas nas obras? Como são expostos os diferentes tipos de memórias em K-relato de uma busca? A pesquisa será divida em três capítulos: no primeiro, será apresentada a recepção estética de Kucinski como autor ficcional a partir do lançamento de K-relato de uma busca, assim como pesquisas já realizadas tendo essa obra como corpus. O segundo capítulo consistirá na explanação do marco teórico que fundamentará a dissertação. No terceiro capítulo será realizada uma análise de K-relato de uma busca e Os visitantes com foco nas narrativas de violência e na dor apresentada em ambas. Para embasamento teórico recorreremos a Halbwachs (1990), Pollak (1992), Ricoeur (2003; 2005), Le Goff (1990), Seligmann (1998) Dalcastagnè (1996) e Freud (1969).