O objetivo deste trabalho é investigar a construção do discurso neobarroco na obra Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquez, por meio da inversão de valores. Pretende-se investigar as qualidades estéticas da língua escrita e os jogos de linguagem que traduzem as raízes folclóricas da América Latina, por meio da ideologia libertária presente na literatura do Boom Latino-americano. Como fundamentação teórica, recorreu-se à leitura e apreciação crítica dos principais pesquisadores da área: Irlemar Chiampi (1980), referente à teoria do Realismo Maravilhoso, Omar Calabrese (1992), que classifica a corrente latino-americana como neobarroca, uma herança do Barroco Seiscentista; Lois Parkinson Zamora e Monika Kaup (2010), as quais alegam que o realismo mágico pode ser considerado um Neobarroco floreado do Barroco latino-americano; Angela Ndalianis (2004), que sustenta a defesa da estética neobarroca como sendo uma herança das características distintivas do Barroco, dos séculos XVI e XVII, e, por fim, Gregg Lambert (2004), que reúne diversos artigos que contêm as conceituações conflitantes em torno dos termos Barroco e Neobarroco.