Júlio Romão da Silva se destaca entre intelectuais no Rio de Janeiro, entre as décadas de 1940 a 1980, deixando um legado importante para a cultura do país. Possui mais de 40 livros publicados, no entanto suas obras estão esgotadas no mercado livreiro. O ativista foi homenageado com nome de rua no Rio de Janeiro, porém é pouco conhecido em sua terra natal, sobretudo por profissionais e estudantes da área de Letras. Na crítica Literária o maior destaque é para a obra sobre o poeta Luís Gama. Também escreve sobre Solano Trindade e Teodoro Sampaio. Entre outros feitos em prol do movimento negro destaca-se como cofundador do Teatro Experimental do Negro. Duas de suas peças foram bem sucedidas: A mensagem do salmo (1967) e José, o vidente (1974). A mensagem do salmo (1967) foi adaptada para o cinema no México, contudo a censura não permitiu a exibição no Brasil sob a alegação de ser subversiva. Júlio Romão valia-se do teatro para lançar duras críticas ao regime militar. Na contística destaca-se O letreiro luminoso: uma reflexão dolorosa sobre a vida (2001), o subtítulo fala por si. Diante disso, pretende-se investigar o ativismo frente às questões sociais, com maior enfoque para o movimento da negritude, e as obras criativas à luz da Escrevivência, especificamente as peças teatrais A mensagem do salmo (2018), José, o vidente (2018) e o conto O letreiro luminoso: uma reflexão dolorosa sobre a vida (2001).