A política urbana brasileira adota o sistema de parcelamento do solo urbano como a forma de divisão da propriedade fundiária urbana entre o Estado e a iniciativa privada. Esta forma de acesso acontece via compra e venda da terra beneficiando grupos sociais abastados. Estes, por sua vez, alimentam o sistema paralelo de uso e ocupação da terra, os loteamentos urbanos, que são utilizados pelos condomínios horizontais fechados, que são considerados modelos globais luxuosos de moradia e que propagam o marketing do consumo do espaço urbano. Os empreendimentos privados estilo enclaves são fortificados e se adaptam a diferentes realidades, inclusive à classe média, trazendo inúmeros impactos socioambientais. Os condomínios horizontais fechados possuem uma autonomia em sua estrutura arquitetônica ao oferecem serviços de lazer, esporte, áreas institucionais e verdes e optam por ocupar extensas áreas de expansão e vazios urbanos. Este tipo de moradia resultam da crise funcionalista urbana gerada pela inoperância do Estado, pela violência urbana, pelos conflituosos sociais de uso e apropriação do solo urbano entre diferentes classes sociais, assim como da saturação dos centros urbanos e do avanço do capital privado no domínio da terra. Estes condomínios tem impulsado a expansão urbana através do fenômeno da dispersão urbana, por consequência do uso de vazios que fragmentam o espaço urbano. Estes necessariamente não resultam de um planejamento urbano e ambiental eficientes, gerando inúmeras incertezas diante da aplicação do licenciamento ambiental, haja vista, que a intensificação dos impactos socioambientais ao ecossistema urbano tem contribuído para alterações na paisagem e para o desequilíbrio ambiental resultante de práticas não-sustentáveis. Os condomínios horizontais fechados chegaram a Teresina através de grandes grupos empresariais e logo se disseminam por várias regiões da cidade, sendo a região Sul Teresina-PI foi a área de estudo escolhida devido a constatação de que a mesma se adaptou aos modelos de condomínios horizontais fechados usados pela classe média local, assim como ao averiguar a sua interferência na dinâmica organizacional citadina e nos seus efeitos a qualidade ambiental urbana. Desse modo, este estudo tem como objetivo analisar os impactos socioambientais e espaciais decorrentes da implantação dos condomínios horizontais fechados na região Sul da cidade de Teresina-PI. Para realização da pesquisa optou-se como metodologia pelo uso do método histórico-dialético como forma de análise sobre as contradições socioespaciais, mesclando com o método check-list para listagem dos impactos socioambientais, como também o uso ferramenta para monitoramento ambiental com vista a observações sobre as transformações socioambientais por meio de imagens de satélite. As propostas para discutir as referências literárias utilizou como autores: Abreu (1983), com uma abordagem sobre segregação em Teresina; Façanha (1998), tratando da formação espacial da capital do Piauí; Sáchez (2008) discutindo os instrumentos de gestão ambiental; e, Silva (2015) discorrendo sobre os condomínios horizontais em Teresina. Dessa forma, o estudo deverá mostrar como a criação dos condomínios horizontais fechados pode influenciar na dinâmica urbana perante problemáticas inerentes aos conflitos socioespaciais e ambientais.