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Banca de DEFESA: JULIANA DE SOUSA SILVA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JULIANA DE SOUSA SILVA
DATA: 25/02/2015
HORA: 14:00
LOCAL: Sala de video 1
TÍTULO:

OS DESAFIOS NO ENSINO DE GEOGRAFIA PARA SURDOS: ESTUDO ETNOGRÁFICO EM UMA ESCOLA ESPECIAL EM TERESINA-PI.


PALAVRAS-CHAVES:

 

Cultura. Educação. Geografia. Inclusão. Surdos.


PÁGINAS: 130
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Geografia
SUBÁREA: Geografia Humana
RESUMO:

O modelo de educação inclusiva adotado no Brasil, ancorando no discurso da igualdade de direitos, tem inserido as pessoas com deficiência, entre elas os surdos, nas escolas regulares. Essa inserção por não garantir, efetivamente, o desenvolvimento intelectual e sociocultural desses alunos tem sido questionada. Ao serem designados como deficientes não têm a sua identidade respeitada enquanto pertencentes a uma cultura diferente. Para o Povo Surdo, o ideal seria uma escola na qual o ensino-aprendizagem respeitasse a cultura surda. Esse ambiente deveria se constituir como o local de encontro no qual as trocas de experiências com seus pares e onde a língua de sinais deveria ser usada tanto para a comunicação, quanto para formação de conceitos e representações de pensamentos, dentre estes, os geográficos. Partindo desses pressupostos e levando em consideração minha experiência com a inclusão escolar vigente, realizou-se um estudo de caso da escola especial Casa do Silêncio-APADA, por atender em sua maioria surdos. A pesquisa teve como objetivo geral analisar as práticas pedagógicas da professora e mais, especificamente, nas aulas de Geografia, no intuito de verificar se os conteúdos ensinados propiciam o desenvolvimento de competências e habilidades e, consequentemente, a efetiva participação desses alunos na sociedade. A fim de cumprir o referido objetivo procedeu-se as seguintes ações:  investigar as particularidades da cultura surda; estudar o modelo de educação para surdos adotado pelo sistema educacional; observar o espaço escolar e o cotidiano da escola; verificar as necessidades dos alunos surdos no espaço escolar; analisar as práticas pedagógicas adotadas nas aulas de Geografia, bem como os conceitos e conteúdos geográficos trabalhados. Como aporte teórico foram utilizados autores como: Sá (2002), Strobel (2008), Lulkin (2010), Skliar (2010), Perlin (2010), Lopes (2010) e outros. Esses autores, embasando-se nos Estudos Culturais, consideram que os surdos são sujeitos diferentes (não em função da deficiência), valorizando as suas particularidades culturais e linguísticas no processo ensino-aprendizagem. Para discutir o modelo de educação para surdos, foram analisados documentos oficiais, tais como: leis, decretos, resoluções, entre outros. Com relação ao diálogo entre ensino de Geografia e Educação para surdos, apoiou-se em autores como: Cavalcanti (2002, 2012), Castellar (2006), Castrogiovanni (2011), dentre outros que discutem a inclusão de surdos tanto nas escolas como em sociedade. Este estudo adotou a pesquisa qualitativa e seguiu os caminhos da abordagem etnográfica, possibilitando o conhecimento em profundidade sobre as práticas do grupo. A pesquisa bibliográfica e a utilização de procedimentos metodológicos, a exemplo da elaboração de diário de leitura e fichamentos, diário de campo e diário de pesquisa foram desenvolvidos a fim de sistematizar as informações coletadas e auxiliar no desenvolvimento da dissertação. Como instrumentos de coleta de dados foram realizadas observações participante durante as aulas de Geografia na turma do 2º/ 3º anos do Ensino Fundamental, modalidade Educação de Jovens e Adultos - EJA e do cotidiano escolar, conversas informais com os sujeitos que convivem diariamente na escola (gestor, professores, coordenação pedagógica e pais), análise de documentos como: o Plano Político Pedagógico, o Planejamento Escolar, os planos de aula da professora, os cadernos dos alunos e as   entrevistas realizadas com pais, alunos, coordenadora e professora da turma. A análise dos dados aponta para um sistema educacional deficitário, onde as políticas de educação não atendem eficazmente às necessidades culturais e linguísticas dos surdos. Constatou-se que a escola especial atende parcialmente às particularidades dos surdos, ao disponibilizar para a turma uma professora fluente em Libras. No entanto, a fluência e a condução das aulas em língua de sinais não eram suficientes para que o ensino de Geografia fosse satisfatório. Para isto era necessário, também, o desenvolvimento dos conteúdos curriculares da disciplina, a apropriação de estratégias e recursos que valorizem o espaço-visual. Verificou-se que na ausência desse trabalho pedagógico os alunos apresentam grandes dificuldades em compreenderem os conceitos geográficos e, consequentemente, desenvolverem-se intelectualmente. Refletindo ainda em dificuldades na formação e representação de pensamentos e limitações nas relações sociais.

 

 

 


MEMBROS DA BANCA:
Externo ao Programa - 2173993 - ANA VALERIA MARQUES FORTES LUSTOSA
Presidente - 1671765 - ANDREA LOURDES MONTEIRO SCABELLO
Externo ao Programa - 2440142 - BARTIRA ARAUJO DA SILVA VIANA
Interno - 1433032 - RAIMUNDO LENILDE DE ARAUJO
Notícia cadastrada em: 13/02/2015 11:00
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