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Banca de QUALIFICAÇÃO: THIAGO HENRIQUE COSTA MARQUES

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: THIAGO HENRIQUE COSTA MARQUES
DATA: 14/01/2014
HORA: 08:30
LOCAL: Auditório do Departamento de Farmácia - CCS/UFPI
TÍTULO:

Bioprospecção de um novo protótipo natural com potencial anticonvulsivante: estudos comportamentais, neuroquímicos e toxicológicos


PALAVRAS-CHAVES:

Anticonvulsivante, Anti-inflamatório, Antinociceptivo Antioxidante, Ciano-carvona, Monoterpeno, Óleos essenciais.


PÁGINAS: 212
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Farmácia
RESUMO:

A ciano-carvona (CC) foi estudada neste trabalho, obtida a partir da síntese da substância R-(-)-carvona, um monoterpeno monocíclico. O composto possui estrutura química (1S,2S,5R)-5-isoprepenil-2-metil-3-oxo-ciclohexanocarbonitril. No primeiro capítulo, realizou-se bioprospecção científica e tecnológica do uso do ciano-carvona para o tratamento e/ou prevenção de convulsão. O mapeamento de patentes foi realizado nas bases de dados do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), Organização Mundial de Propriedade Intelectual (WIPO), Banco Europeu de Patentes (EPO) e no Banco Americano de Marcas e Patentes (USPTO), e a prospecção científica foi realizada em bases de dados eletrônicas científicas (ScienceDirect, Pubmed, Web of Science e LILACS). Um depósito de patente foi localizado, e três artigos científicos publicados foram analisados. As patentes e artigos encontrados foram realizados nos últimos 3 anos. O Brasil é o único país que possui patente envolvendo a ciano-carvona. No segundo capítulo, avaliou-se a toxicidade subcrônica por via oral da CC em camundongos pelo estudo de parâmetros comportamentais, bioquímicos e hematológicos. O tratamento com CC nas doses 25, 50 e 75 mg/kg/dia não causou nenhuma morte ou toxicidade nos animais, como também não apresentou nenhuma alteração bioquímica e hematológica clinicamente significativa. Sugere-se que a ciano-carvona administrada em doses orais repetidas durante 30 dias consecutivos (25, 50 e 75 mg/kg/dia) mostrou ser segura em camundongos, porém estudos adicionais devem realizados para avançar na avaliação da segurança do uso da ciano-carvona em futuros estudos clínicos. No terceiro capítulo, investigou-se em camundongos o efeito ansiolítico da ciano-carvona utilizando o teste de claro-escuro, avaliou-se a atividade locomotora pelo teste de campo aberto e se estudou se CC poderia interferir na coordenação motora dos animais no teste de Rotarod. No teste de campo aberto, não se observou alteração significativa no número de groomings e houve uma diminuição significativa no número de cruzamentos e rearings, resultado compatível com compostos que diminuem a atividade locomotora. No teste de claro-escuro, houve um aumento significativo no número de entradas no compartimento claro, sugerindo um possível efeito ansiolítico. No teste Rotarod, não foi verificada alteração no tempo de permanência na barra giratória, bem como não se detectou alteração significativa no número de quedas, sugerindo que a ciano-carvona, nas doses administradas, não altera a coordenação motora. Os resultados sugerem que a ciano-carvona mostrou efeito ansiolítico sem afetar a coordenação motora dos animais. Esta é uma vantagem sobre os ansiolíticos benzodiazepínicos, que podem ser sedativos e causar alterações motoras indesejáveis. No quarto capítulo, investigou-se o efeito anticonvulsivante da ciano-carvona nas doses de 25, 50 e 75 mg/kg nos modelos de epilepsia induzidos por pilocarpina, pentilenotetrazol e picrotoxina. Este monoterpeno foi capaz de promover aumento significativo de latência para a instalação de estado de mal epiléptico induzido pelos agentes convulsivos, bem como diminuiu significativamente as percentagens de animais que apresentaram crise epiléptica e de animais que foram a óbito. O efeito anticonvulsivante não foi bloqueado pelo flumazenil, sugerindo possível uso do monoterpeno como droga anticonvulsivante que atua em sítio de ação diferente do receptor GABAA. No quinto capítulo, investigou-se o efeito antioxidante da CC nas áreas cerebrais (córtex frontal, hipocampo, corpo estriado e cerebelo) dos animais tratados por via oral por 30 dias consecutivos. Nos estudos antioxidantes in vivo, a CC mostrou inibição significativa da quantidade de substâncias ácidas reativas com ácido tiobarbitúrico (TBARS) formado, diminuição significativa da conteúdo de nitrito e aumento significativo na concentração de glutationa reduzida. O efeito pode ser explorado para a proteção das biomoléculas contra danos causados pelos radicais livres. Determinou-se ainda o efeito da CC na atividade das enzimas catalase, superóxido dismutase, glutationa peroxidase nas áreas cerebrais dos animais, como possível mecanismo de ação antioxidante. CC mostrou aumento significativo de atividade das três enzimas em algumas áreas cerebrais. O monoterpeno também mostrou efeito antioxidante quando aumentou significativamente a atividade das enzimas glutationa peroxidase, Na+, K+-ATPase e aminolevulinato desidratase (δ-ALA-d) em áreas cerebrais dos animais. No sexto capítulo, avaliou-se o efeito anti-inflamatório da CC em camundongos pelos testes de indução de edema de pata traseira esquerda por bradicinina, histamina, prostaglandina E2, serotonina e carragenina, e o efeito antinociceptivo em camundongos pelos testes de contorções por ácido acético e de formalina. CC, nas doses de 25, 50 e 75 mg/kg, foi capaz de diminuir significativamente o edema de pata dos animais em relação ao grupo controle em todos os modelos de indução de edema utilizados, sugerindo ação anti-inflamatória do monoterpeno. Após o teste de indução de edema por carragenina, CC (75 mg/kg) mostrou inibição significativa na atividade da enzima mieloperoxidase em homogenato da pata e nas dosagens de IL-1β e TNF-α no lavado peritoneal dos camundongos, todos em relação ao grupo controle, sugerindo que estes sejam alguns dos mecanismos de ação anti-inflamatórios da CC. CC administrada na maior dose (75 mg/kg) diminuiu significativamente o número de contorções dos animais no teste de contorções pelo ácido acético, assim como diminuiu o tempo de lambedura dos animais no teste de formalina, ambos em relação ao grupo controle, indicando efeito antinociceptivo do monoterpeno.  O sétimo capítulo refere-se ao pedido de registro de patente submetido ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) por meios do Núcleo de Inovação e Transferência de Tecnologia (NINTEC), com a finalidade de subsidiar o desenvolvimento de uma nova formulação farmacêutica utilizando a ciano-carvona para o tratamento de doenças que envolvem dor e/ou inflamação. 


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1167629 - FERNANDA REGINA DE CASTRO ALMEIDA
Interno - 1680593 - JAND VENES ROLIM MEDEIROS
Externo à Instituição - JOAQUIM SOARES DA COSTA JUNIOR - IFPI
Notícia cadastrada em: 19/12/2013 08:54
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