A busca por alívio e cura de doenças pela ingestão de ervas e folhas talvez tenha sido uma das primeiras formas de utilização dos produtos naturais. Dentre várias substâncias sintéticas utilizadas para estudos de diversas doenças encontramos a Sulcatona ou 6-metil-5-hepten-2-ona pertencente classe dos terpenóides. A 6-metil-5hepten-2-ona é encontrada em frutas cítricas, está presente no óleo de citronela e é um ingrediente aromatizante pertence à família dos Hemiterpenos. Possui efeitos anti-hipertensivo e bradicardio. Assim o presente trabalho teve como objetivo avaliar a ação da sulcatona nos parâmetros de hemostasia primaria e secundaria, além, da atividade vasorrelaxante em artéria aorta de ratos SHR. Todos os protocolos experimentais foram aprovados pelo Comitê de Ética em Uso de Animais da UFPI(CEUA 822/2024). A avaliação in sílico das propriedades (ADMET - Absorção,Distribuição, Metabolismo, Excreção e Toxicidade) foi realizada utilizando aferramenta ADMET-IA. Os resultados demonstram que: possui uma absorção intestinal de 100%, volume de distribuição moderada acima de 50%, não inibe as isoenzimas do citocromoP450, clearece moderado e não apresenta risco de toxicidade. Os resultados de ancoragem molecular evidenciaram interação da sulcatona com aminoácidos do sítio ativo das proteínas alvo (calmodulina, CavL, Fator Xa, P2Y12, Receptor da vitamina K). A fim de avaliar o possível efeito vasorrelaxante da sulcatona foram realizados testes in vitro/ex vivo de reatividade vascular (n=5), em que os anéis de aorta de ratos SHR foram pré-contraídos com Fenilefrina 10-6M e em seguida administradas concentrações da sulcatona (10-9 - 10-3 µg/mL). A sulcatona demonstrou efeito vasorrelaxante de maneira dose dependente na presença do endotélio (pD2 =4,8.10 -5 ± 1,4.10 -5 ) e na ausência do endotélio (pD2= 2,6.10 -5 ± 1,3.10 -5 ) sem diferença significativa. Para avaliar o efeito antiagreganteplaquetário da sulcatona, colocou-se em cubeta 320 µl de PRP, e foram adicionadasde forma isolada as concentrações de sulcatona, de (10-7 , 10-8 e 10-9 M), e por fim foi adicionado a mesma cuba 20 µM de ADP. ADP promoveu agregação plaquetária de(43,75 ± 1,79), e os valores da sulcatona foram de (1,5 ± 0,64; 1,25 ± 0,47; 2,5 ± 0,5%, respectivamente). Após verificação do efeito antiagregante da sulcatona, realizou-se experimento com calmidazolio (10 M) um antagonista da calmodulina, a fim de verificar o mecanismo de ação relacionado ao efeito antiagregante. Os resultados evidenciaram que o calmidazolio promoveu uma diminuição na agregação plaquetária para (10,5 %), frente a agregação induzida por ADP. Além disso, as concentrações da sulcatona potencializou o efeito do calmidazolio os valores obtidos foram de (1,0; 0,5; e 0,5 %) respectivamente. Foi realizado testes para comparar o TP e TTPA de ratos Wistar e SHR. Os resultados demostraram que os ratos SHR apresentam TP e TTPA aumentados, os valores de TP dos ratos Wistar e SHR foram de (21,91 ± 0,87 e 25,44 ± 1,47s) respectivamente. Em relação ao TTPA os valores foram de (14,83 ± 1,14 e 21,28 ± 0,71s) respectivamente. Afim de verificar o possível efeito anticoagulante da sulcatona em animais SHR, os animais foram tratados com dose 50mg/kg por 7 dias. Os resultados obtidos para o TP e TTPA desses animais fora de (29.96± 1,13 e 21,64 ± 2,38 s). Os resultados obtidos permitem inferir que a sulcatona tem ótimos parâmetros farmacocinéticos possui atividade sobre o tônus vascular e hemostasia primaria, e apresentando certa margem de segurança em sua utilização.